Plantas
Pimenta
Uma planta espontânea que existia na costa do Malabar, em Malaca e noutras zonas do Índico. Destinava-se a temperar e conservar os alimentos e era utilizada na preparação de medicamentos.
Cravinho
Flor de uma árvore semelhante ao loureiro que crescia espontaneamente nas ilhas Molucas.
Noz-Moscada
Cultivava-se nas ilhas de Banda, na Malásia. Utilizava-se como tempero e para preparar medicamentos.
Canela
Casca de planta espontânea nas ilhas de Ceilão e Java e na costa do Malabar. Utilizava-se como tempero e produto de farmácia.
Produtos extraídos de animais
Algália
Era um produto extraído de um animal semelhante ao gato que vivia em toda a Índia. Servia para preparar medicamentos e perfumes.
Almíscar
Era um produto extraído da pele de uns animais semelhante ao cabrito que habitavam o Tibete e a China. Servia para perfumes e farmácia.
Outros produtos
Do Oriente vinham também pérolas minúsculas a que se dá o nome de aljôfar. Eram «pescadas» no mar Vermelho, no golfo Pérsico e na costa da Pescaria, que fica no sul da Índia. Vinham ainda pérolas grandes, pedras preciosas, sedas e porcelanas da China.
Sunday, August 10, 2008
Sunday, April 27, 2008
As representações da Terra que se faziam na Idade Média eram geralmente esquemas elaborados de acordo com o que vinha na Bíblia e tinham muita aceitação junto da classe culta - o clero. Havia dois tipos de esquemas: o planisfério de zonas e o planisfério TO.
O planisfério de zonas
O planisfério de zonas aparece pela primeira vez num manuscrito de Marciano Capella, no século XII. Era um círculo dividido em cinco zonas: duas frígidas, duas temperadas e uma tórrida. Outros esquemas do mesmo género apresentavam 7 subdivisões na zona temperada do Norte de de acordo com os tipos de clima, que se distinguiam pela duração do maior dia do ano.
Os planisférios TONestes planisférios o oceano rodeava os continentes como um grande círculo, um O. E, julgando-se que só existiam três continentes - a Europa, a Ásia e a África -, estes apareciam separados por três braços de água que formavam um T. Era costume colocar Jerusalém no centro, por ser a cidade santa dos cristãos. Alguns incluíam também um paraíso terrestre que às vezes surgia no Leste da Europa e outras vezes no extremo da Ásia. Geralmente enfeitava-se o paraíso com as figuras de Adão e Eva.
Os livros de geografia e de viagens
Nos séculos XIII e XIV houve viajantes que se arriscavam a atravessar regiões onde não era costume circularem europeus. Integravam-se em caravanas e deslocavam-se para o Oriente, de uma maneira geral com o intuito de comerciar. Foi o caso de Marco Polo. Os relatos que depois faziam espicaçavam a curiosidade dos que tinham ficado calmamente em sua casa. E, para satisfazer a avidez de informações a respeito de terras longínquas e povos estranhos, procurava-se livros antigos. Estes, porém, ou faziam descrições muito limitadas ou se alongavam em descrições muito distorcidas. Assim, os homens do século XIV que se interessavam por essas coisas tinham a cabeça povoada de imagens magníficas, empolgantes, acerca de um mundo que não existia.
Nesta época recuperou-se a geografia de Pompónio Mela, do século I, que reunia ideias de autores anteriores como Heródoto e Estrabão. Dava indicações relativamente certas sobre a Península Ibérica, de onde ele próprio era natural, misturadas com outras "alegadas". Dizia, por exemplo, que o rio Nilo nascia numa zona fria do Sul e passava de um continente para outro através de um canal submarino.
Ptolomeu, o famoso astrónomo e geógrafo da Antiguidade, que tinha uma informação mais correcta acerca da Terra, era desconhecido nesta época. Só veio a ser recuperado pelos europeus no início do século XV. Outras fontes de informação foram os manuscritos de Solino, Santo Isidoro de Sevilha, Marciano Capella. No entanto as informações que continham e as que lhes foram acrescentadas eram bastante fantasiosas.
Os livros de maravilhas
Se os viajantes faziam relatos mais ou menos fiéis do que tinham visto, o mesmo não se pode dizer dos autores de livros de maravilhas! Estes deixavam a imaginação à solta e escreviam histórias contando viagens que ninguém tinha feito. Para descrever as terras imaginárias serviam-se de conhecimentos da época acerca de pessoas, coisas, plantas e animais, passagens de livros de geografia, e do produto da sua própria criatividade, o que dava origem a textos tão ricos, tão vivos e interessantes que os leitores não só acreditavam no que liam como gostavam de acreditar. Foi por isso que muitas ideias loucas tardaram a ser reconhecidas como tais. E mesmo
assim não morreram, pois encontraram o seu lugar nos contos maravilhosos para crianças. É o caso das montanhas brilhantes cheias de serpentes venenosas, das árvores que sangravam mel, das formigas que transportavam ouro, dos homens e mulheres com olhos no peito ou pés de cabra, das sereias, dos dragões, dos elefantes com inteligência humana, das árvores onde nasciam pássaros em vez de frutos, dos anões e gigantes.
Monday, April 21, 2008
Diogo Cão
Diogo Cão é uma figura um pouco misteriosa porque a respeito dele pode-se dizer que se sabe muito e que não se sabe nada. Quem era Diogo Cão? Não restam dúvidas quanto à sua origem: não era nobre, era plebeu. E tudo indica que pertencia a uma família natural de Vila Real de Trás-os-Montes. Ninguém sabe no entanto o nome do pai, o nome da mãe, o dia em que nasceu e onde. O único nome que se pode considerar como certo e seguro é o nome de seu avô Gonçalo Cão.
Diogo será o primeiro navegador da família. Decerto tratava-se de um homem cheio de qualidades, capaz de desempenhar tarefas difíceis, pois o rei D. João II escolheu-o para continuar a descobrir terras ao longo da costa de África, em busca da passagem do Atlântico para o Índico, e de estabelecer contacto amigável com os chefes das terras que descobrisse.
Diogo Cão desempenhou todas as missões que o rei lhe confiou. Excepto uma. Não atingiu o extremo sul de África. E por isso, ou porque a morte o surpreendeu cedo de mais, não deixou fortuna aos seus descendentes. Depois da segunda viagem, o seu nome não voltou a ser mencionado.
Diogo de Azambuja
Diogo de Azambuja parece-se mais com uma personagem de romance do que com um homem de carne e osso, de tal forma a sua vida foi agitada e tumultuosa. Numa época em que se morria cedo, viveu até aos oitenta e seis anos. Serviu três reis. Envolveu-se em lutas desde muito cedo, combatendo em Portugal, Aragão, Castela e mais tarde no Norte de África, lutas das quais saiu ora vencido, ora vitorioso, mas sempre vivo! Suportou ferimentos graves com uma resistência de ferro.
No reinado de D. Afonso V, durante o cerco de Alegrete, foi atingido e todos julgaram que era o seu fim, ou que teria de cortar uma perna. Pois nem uma coisa nem outra. Ficou coxo, mas resistiu. Quando, anos mais tarde, D. João II quis mandar construir o Castelo da Mina, escolheu-o a ele para chefiar tão delicada e difícil missão, apesar de nessa altura ter quase cinquenta anos e ser aleijado. Quem era este homem que no campo de batalha parecia rir-se da própria morte? E que enfrentava dificuldades rindo-se da própria vida?
Diogo de Azambuja pertencia a uma família nobre. Nasceu em Montemor-o-Velho em 1432, filho de Pedro Eanes e Maria Gonçalves Abreu. Entrou para a Ordem de Avis e era, portanto, um monge guerreiro. Como tal não podia casar, o que não o impediu de ter duas filhas de Leonor Botelho. Viveu no século dos Descobrimentos, mas não descobriu terra alguma e as suas viagens, porque também as fez, tinham sempre dois objectivos: a guerra ou a construção de castelos.
No reinado de D. Manuel I, já com setenta e quatro anos de idade foi encarregado de construir uma fortaleza no Norte de África, em zona de mouros. A proeza já tinha sido tentada por outros sem qualquer êxito. Diogo de Azambuja não só conseguiu o que queria como ainda fomentou a discórdia entre os habitantes da região e ocupou a cidade de Safim.
Bartolomeu Dias
Não se sabe ao certo a data em que nasceu nem qual a sua terra de origem. Foi escudeiro do rei D. João II, pertencia portanto à pequena nobreza. Acompanhou Diogo de Azambuja quando este partiu com a missão de construir o Castelo de S. Jorge da Mina. Desempenhou também as funções de Recebedor da Casa da Guiné. Mas o que o transformou numa presença constante nos livros de História foi a famosa viagem em que descobriu a passagem para o Índico.
Comandou ainda outras expedições ao Atlântico já ao serviço do rei D. Manuel I. Embora tenha servido dois reis com dedicação, embora tenha dado uma contribuição decisiva para chegar por mar à Índia, sonho de D. João II, não obteve a recompensa merecida. O rei não lhe deu privilégios ou mercês à altura do seu feito. E, anos mais tarde, D. Manuel I não o escolheu para capitanear a primeira armada que enviou ao Oriente, honra a que legitimamente aspirava.
Incluído como capitão na armada de Pedro Álvares Cabral em 1500, foi um dos descobridores do Brasil. O destino não lhe concedeu, porém, a alegria de desembarque na terra desejada. Quando a armada de Pedro Álvares Cabral navegava pelo Atlântico Sul com destino à Índia, levantou-se um súbito temporal, e a caravela onde Bartolomeu Dias viajava, mais outras três da armada, desapareceram no mar. Não ficou ninguém para contar a história. Esse naufrágio estimulou a imaginação dos poetas que escreveram belas páginas sobre a «a vingança do gigante Adamastor».
Monday, February 4, 2008
No princípio do século XV os portugueses utilizavam vários tipos de embarcações.
Barca
A barca mais simples tinha um casco de madeira achatado, um único mastro e veia quadrada. Possuia um leme lateral e era utilizada sobretudo na pesca e nas viagens para o Norte da Europa. As viagens para as ilhas atlânticas e para o cabo Bojador foram feitas em barcas que comportavam uma tripulação de vinte homens. Tinham leme à retaguarda e vela quadrada ou triangular. As velas triangulares permitiam navegar à bolina, ou seja, com ventos contrários.
Barinel
O barinel era maior do que a barca. Tinha um ou dois mastros, cesto de gávea e uma parte mais elevada à frente a que se dava o nome de castelo de proa.
Galé
As galés, de casco muito alongado, eram movidas a remos, mas também tinham um mastro com vela quadrada e cesto de gávea.
Fusta
As fustas, parecidas com as galés, tinham também remos, um mastro, vela quadrada, cesto de gávea. Eram muito utilizadas pelos mouros do Norte de África.
Friday, November 30, 2007
Depois da descoberta do arquipélago da Madeira as ilhas foram divididas em capitanias. A ilha da Madeira foi dividida em duas capitanias, uma entregue a Tristão Vaz Teixeira e outra a João Gonçalves Zarco. A ilha de Porto Santo foi entregue a Bartolomeu Perestrelo. Esta divisão foi confirmada pelo Infante D. Henrique, que assinou uma carta de doação onde registou em pormenor os direitos e os deveres dos capitães.
Quem eram os capitães?
João Gonçalves Zarco
João Gonçalves Zarco deve ter nascido por volta do ano de 1395, não se sabendo ao certo qual a sua terra natal. O seu nome era João Gonçalves. Zarco ou Zargo é uma alcunha, e há várias interpretações para esta alcunha. Uns dizem que João Gonçalves, quando da conquista de Ceuta, teria morto um árabe conhecido pela sua violência e ferocidade, chamado Zargo. Depois desta façanha, puseram-lhe como alcunha o nome do mouro. Outros garantem que lhe chamavam Zarco por ser costume dar esse nome a quem tivesse os olhos esverdeados como ele. A versão mais corrente é que a palavra Zargo ou Zarco significa zarolho, e que João Gonçalves teria perdido um olho em luta contra os mouros no Norte de África. Quando partiu para a Madeira para aí se instalar levou a mulher, Constança Rodrigues de Almeida, e três filhos pequenos. Já na ilha o casal viria a ter mais quatro filhos.
Tristão Vaz Teixeira
Segundo consta, o seu nome era apenas Tristão Vaz, mas como a mulher era Branca Teixeira e os seus descendentes o apelido da mãe, os historiadores acrescentaram este nome ao do descobridor. Na maior parte dos documentos da época e no seu testamento é referido apenas como Tristão da Ilha. O rei ter-lhe-ia dado um brasão com uma fénix em campo azul, que ainda hoje pode ser admirado na Capela do Machico.
Bartolomeu Perestrelo
Bartolomeu Perestrelo era filho de um italiano chamado Filippo Pallastreli, que se instalou em Lisboa em 1385 para se dedicar ao comércio. Bartolomeu nasceu em 1400 e morreu em 1457 ou 1458. Casou duas vezes, a primeira com Beatriz Furtado de Mendonça, de quem teve três filhas: Catarina, Iseu e Beatriz. A segunda mulher, Isabel Moniz, deu-lhe o único filho varão, Bartolomeu. Deste casamento teve também uma filha, Filipa, que foi mulher de Cristóvão Colombo, o descobridor da América.
Tuesday, November 27, 2007
O ataque à Península Ibérica
No ano de 711, árabes e berberes comandados por Tarik partiram de Ceuta dispostos a atravessar o Mediterrâneo para conquistarem a Península Ibérica. Desembarcaram num rochedo a que deram o nome de Jbel Tarik, palavra que viria a evoluir, transformando-se em Gibraltar. Daí foram penetrando para o interior e em poucos anos derrotaram os cristãos e ocuparam toda a Península Ibérica, excepto as montanhas das Astúrias.
Desde o ano de 711 até 1415 houve muitas transformações na Península Ibérica como no Norte de África. Os cristãos organizaram-se nas Astúrias, foram reconquistando as suas terras e formaram-se vários reinos independentes. No Norte de África, os berberes revoltaram-se contra os árabes e também eles formaram vários reinos independentes. Mas mantiveram a religião muçulmana.
No século XI os almorávidas, uma das tribos berberes do deserto do Sara, conseguiram conquistar grande extensão de território e fundaram a cidade de Marraquexe. Nessa época os mouros da Península Ibérica, sentindo-se ameaçados pelos ataques frequentes dos cristãos, resolveram pedir ajuda aos almorávidas. Não ignoravam o perigo que essa ajuda representava, pois o chefe almorávida era ambicioso. Mas parecia-lhes preferível serem dominados por um povo que tinha a mesma religião. E assim aconteceu. Em poucos anos os almorávidas estenderam o seu domínio a toda a Península dominada pelos árabes. Mais tarde uma outra tribo berbere consegui organizar-se. Tomando o nome de almóadas, conquistaram terras no Norte de África e invadiram também a Península Ibérica, vencendo os almorávidas. Mas as lutas continuaram de ambos os lados do estreito de Gibraltar. A norte os cristãos foram avançando cada vez mais, até os almóadas ficarem circunscritos ao reino de Granada. A sul surgira entretanto outra tribo poderosa: os merínidas. Não conseguiram dominar todo o território mas conquistaram cidades importantes como Marraquexe, Fez e Ceuta. Quando, em 1415, os portugueses se prepararam para dar o primeiro salto além-fronteiras e ir combater os seus inimigos do outro lado do mar, escolheram Ceuta, de onde Tarik partira com intenções idênticas em 711.
O império merínida entrara já em decadência. Pertencia agora a vários senhores merínidas mas também a chefes de outras tribos. Todos se mantinham fiéis à religião muçulmana, o que os tornava só por isso "inimigos oficiais" dos cristãos.
P.S.:
Os cristãos da Península deram muitos nomes aos seus invasores:
mouros, porque vinham da Mauritânia;
infiéis, porque eram infiéis à religião cristã;
muçulmanos, porque praticavam a religião muçulmana;
maometanos, porque a sua religião fora pregada por Maomé;
islamitas, porque os árabes consideravam a sua religião "o Islão", ou seja, submissão à vontade de Deus.
Na antiguidade o Norte de África era habitado por tribos e berberes, que nunca se uniram para formar um só Estado e viviam em lutas constantes de tribo contra tribo. Foram invadidos várias vezes ao longo dos séculos por povos vindos da Europa, como por exemplo os romanos e mais tarde os vândalos. Os invasores traziam novas regras de vida, outros costumes e a sua religião própria. No final do século VII, o Norte de África era habitado por tribos berberes independentes umas das outras e a população praticava religiões muito diferentes. Havia cristãos, pagãos e judeus. A zona mais próxima da Península Ibérica chamava-se Mauritânia.
A invasão árabe
No final do século VII, os árabes, vindos da Arábia, lançaram-se à conquista do Norte de África. Os berberes tentaram reagir mas sem grande êxito. Os heróis da resistência não foram homens, mas duas mulheres, a princesa Coceila e sua filha Cahina. Cahina acabou por se transformar numa personagem lendária a quem os súbditos atribuíam poderes mágicos, graças aos quais conseguiu aguentar o ataque dos árabes durante cinco anos. Preferiu suicidar-se quando percebeu que seria derrotada. Nesta época já muitas tribos berberes tinham sido submetidas ao poder dos invasores e abraçado a religião muçulmana. Os filhos de Cahina optaram por seguir o mesmo caminho
O Norte de África passou então a ser governado por senhores árabes, a quem se dava o nome de califas. Os califas tinham muito poder na sua terra, mas todos obedeciam ao senhor de Bagdade, que era uma espécie de centro ou capital do império árabe.
Monday, November 12, 2007
Depois da chegada à Índia os portugueses tiveram que enfrentar novos desafios militares, o que levou ao desenvolvimento e melhoria no fabrico de armas de fogo. Continuaram a usar-se espadas e lanças, mas o mais importante eram as peças de artilharia, feitas em bronze.
Peças de artilharia da primeira metade do século XVI
PEDREIROS
Peças de grande calibre com um tubo curto que atiravam pelouros (bolas) de pedra destinados a estilhaçar aquilo em que embatessem.
CANHÕES
Bocas de fogo de médio calibre e médio comprimento de tubo que atiravam pelouros de ferro fundido com maior alcance que os pedreiros. Estes pelouros destinavam-se a atingir fortificações e navios.
COLUBRINAS
Bocas de fogo de médio calibre com grande comprimento de tubo que lançavam pelouros de ferro para abaterem objectivos a grande distâncias.
Segunda metade do século XVI
A PÓLVORA
A pólvora, há muito conhecida na Europa, já era fabricada em Portugal desde o século XV. Era composta por uma mistura de salitre (75%), enxofre (12,5%) e carvão (12,5%). A partir do século XVI a mistura deixou de ser em pó e passou a ser em grão, porque assim conseguia-se maior estabilidade no armazenamento e melhor eficácia no tiro. A pólvora era utilizada para fazer os canhões dispararem pelouros, mas os pelouros que então se conheciam eram de pedra ou de ferro, não eram explosivos.
OS PRIMEIROS EXPLOSIVOS
Os primeiros projécteis explosivos utilizados na guerra foram as panelas de fogo. Tratava-se de panelas de barro em tudo iguais às da cozinha e cheias de pólvora. Pegava-se-lhes fogo e atiravam-se ao inimigo.
Na defesa da cidade de Diu (Índia), na segunda metade do século XVI, os portugueses usaram muitas destas panelas de fogo.
A ESPINGARDA
A espingarda começou por ser uma espécie de pequeno canhão de mão que lançava um projéctil de pedra ou de metal empurrado por uma explosão de pólvora. Este tipo de arma era pouco seguro porque os canos não eram resistentes e podiam rebentar com a força da pólvora. Mas foi-se aperfeiçoando o fabrico. Quando Vasco da Gama descobriu o caminho marítimo para a Índia já era comum haver espingardeiros a bordo. No Oriente, os indianos e mouros utilizavam peças de artilharia, mas de uma maneira geral tinham menos potência do que as portuguesas.
AS ARMADURAS
No Oriente fazia muito calor e portanto não era possível usar armaduras metálicas completas. Na maior parte dos casos passou a lutar-se com o corpo desprotegido. Alguns continuaram, o entanto, a servir-se de cotas de malha e de elmos.
Wednesday, November 7, 2007
Machim era um jovem cavaleiro inglês, forte e destemido, que se apaixonou por uma menina da alta nobreza chamada Ana de Arfet. Ela correspondeu inteiramente ao seu amor. Não podiam casar porque não pertenciam ao mesmo grupo social. Namoravam portanto em segredo.
Quando os pais de Ana descobriram ficaram furiosos e quiseram pôr fim ao romance. Sendo pessoas importantes, conseguiram que o próprio rei de Inglaterra obrigasse a filha a casar com um fidalgo de alta linhagem.
Desesperado, Machim elaborou um plano de fuga. Quando tinha tudo preparado mandou avisá-la, pedindo que fosse ter com ele ao porto da cidade de Bristol. Ana de Arfet ficou radiante e fugiu de casa à noitinha levando consigo apenas um crucifixo.
Felicíssimos, caíram nos braços um do outro. Mas não houve tempo a perder! O navio que os levaria para França estava ancorado ao largo. Se queriam fugir sem ninguém dar por isso, tinham que aproveitar a ausência da tripulação.
Meteram-se num bote com alguns companheiros e lá foram remando com mil cuidados para não fazerem barulho. Quando subiram a bordo apressaram-se a soltar as velas e partiram cheios de esperança num futuro risonho. O sonho porém não durou muito! Pouco depois levantou-se um temporal e só então perceberam a falta que lhes fazia um piloto experiente. Arrastados pelo vento, andaram à deriva e perderam-se no mar.
Dias depois avistaram uma terra brava, coberta de arvoredo, que os deixou espantados, confusos. Que terra seria aquela? Aparentemente não vivia ali ninguém. Resolveram então desembarcar. Ana pediu que a levassem porque se sentia doente de tão enjoada. Fizeram-lhe a vontade.
O sítio onde tinham ido parar não podia ser mais acolhedor. Havia água com abundância, frutas silvestres e até um abrigo natural! Nessa noite dormiram junto à praia dentro de uma árvore fantástica. O tronco era enorme, oco e tão espaçoso como uma cabana.
Apesar de tudo a pobre menina não se recompôs. A sorte também não ajudou. Uma tempestade arrastou a nau para longe e deixou-os apenas com um bote a remos! Receando não poder regressar nunca, Ana entregou-se à doença e à tristeza. Morreu pouco tempo depois.
Machim, louco de sofrimento, disse aos outros que tentassem alcançar o continente no barco a remos porque ele ficaria ali junto da sua amada. Os amigos rodearam-no de carinho e compreensão mas de pouco serviu. Alguns dias depois o jovem cavaleiro morreu também.
Antes de partirem, os companheiros sepultaram-nos lado a lado. Assim ficariam juntos para todo o sempre!
História muito bonita, que muito se pode retirar para histórias dos dias de hoje. Acontecendo a amigos(as), claro está sem o final trágico, ou connosco próprios. Imortais serão sempre estas histórias de amor e ódio. Já agora:
O lugar que serviu de palco a esta linda e triste história de amor viria a chamar-se Machico na ilha da Madeira...
Thursday, November 1, 2007
With these words I am remembering you. With these words I say I miss you badly. With these words I say I love you deeply, unconditionally, undoubtedly. With these words I say to everyone, that reads it, that I miss you and I love you.
All I want is to cry. The pain of not being with you is unbearable. I want to cry to wash my soul, to clean the dust, so that I can cry again.
I don't want anything. I just wish I had the chance to say to you "I LOVE YOU DEEPLY".
I'll remember you for all my eternity.