Sombra

Tuesday, September 2, 2008

A eternidade é o que tenho contigo. Estás em todos os momentos da minha vida. É uma estranha ligação esta a nossa. Não compreendo totalmente a interacção que temos. No entanto, nos momentos difíceis, nos momentos alegres, na tristeza, na felicidade, no meu primeiro filho, nas minhas conquistas, estás sempre ao pé de mim. Acompanhas-me em todas as aventuras da minha vida.
Procuro-te incessantemente, e no entanto, apenas surges quando queres. Escondes-te de mim, como receando o que possa encontrar. Talvez com receio da minha curiosidade. Acredito que seja para te protegeres, do quê, ainda não sei!
Situações há, que te vislumbro por detrás de mim, provavelmente, garantindo que nada me possa atingir. Outras situações há, em que me acompanhas, e ao meu lado moves-te. Suspeito que seja vontade tua de partilhares uma história. Por fim, situações há, em que a minha frente estás, mostrando-me por onde devo circular, apresentando os trilhos, os becos, mas sempre dando liberdade para escolher o meu destino.
Ao espelho olho e de ti nada. Frustrado fico quando não te vislumbro. A verdade é que te conheço, reconheço-te. E por mais que me convença disso, imperfeitamente é como te conheço. Numa luz ténue é como te reconheço. Pressinto-te e ao meu redor procuro, mas nada. De passagem é como a ligação. Não creio que seja uma jaula de interesses ou de afectos. Mas sim uma união inequívoca.
Manifesto, perante o mundo, que nutro por ti o maior carinho, compaixão, frustração, mas sem descurar o facto de que nunca terei contigo mais do que o que tu pretendes. Aguardo impacientemente o próximo instante que contigo possa desfrutar.
Até lá, persisto aqui expectante e curioso.

by Nuno Lourenço

Arbusto

Sunday, August 31, 2008

Poucos eram os que ficavam para observar. O aspecto rude, os contornos espinhosos, o formato não harmonioso como o restante, eram algum dos aspectos mais visivelmente salientados pelos demais, para o facto de não reparem.
O arbusto era dono e senhor de si mesmo, contente por si e pelos outros. Não queria saber da sua aparência, não queria saber da sua rugosidade.
Admirava todo o seu ambiente e feliz sentia-se com o que presenciava. Recebia o calor do sol e não se importava por não ser o elemento mais bonito, muito menos por não ser o alvo das atenções. Crescia livre e espontâneo sem se incomodar com os comentários, de quem passava, como também dos que o rodeavam.
Havia quem o invejava. A segurança transparecida é luz para os olhos de companheiros. Não interessava se verde era ou castanho, a verdade é que o arbusto comunicava com todos os que o rodeavam e, ocasionalmente, com os que por lá deslizavam.
Acontecia por vezes criar bons laços com os transeuntes. A comunicação era o que o arbusto mais prezava. Não interessava se era animal ou vegetal, o que interessava era a experiência. Viandantes de terras longínquas, tipicamente, quedavam perto do arbusto. Admiravam e conversavam entre si, deslumbrados com o fenómeno. Levando o conhecimento de volta para as suas terras.
Haviam homens e mulheres que por lá pairavam. Não admiravam nada, nem vislumbravam nada. A preocupação não era essa. A preocupação não era nenhuma. O arbusto não se incomodava com tal. Para isso, tinha crescido os espinhos. Protegiam-no e fortificavam-no. O arbusto não se sentia só, não se sentia acompanhado, sentia-se aprazido com o vento a assobiar boas novas e com o céu a trazer-lhe novidades ao ouvido. Tudo isto eram certezas que o arbusto tinha.
Um dia uma criança, fascinada que estava com o que via, pergunta aos pais - O que é isto? O que é aquilo no meio do arbusto?
Bem filho, isso não é um arbusto. Chama-se uma roseira. O que estás a ver são rosas. São bonitas filho. - responde a mãe.
A maravilha de quem não tem a mente moldada nem sabe o que vê, questionando tudo e todos, assim é a inocência de uma criança.

by Nuno Lourenço

Os produtos que vinham do Oriente

Sunday, August 10, 2008

Plantas

Pimenta

Uma planta espontânea que existia na costa do Malabar, em Malaca e noutras zonas do Índico. Destinava-se a temperar e conservar os alimentos e era utilizada na preparação de medicamentos.

Cravinho

Flor de uma árvore semelhante ao loureiro que crescia espontaneamente nas ilhas Molucas.

Noz-Moscada

Cultivava-se nas ilhas de Banda, na Malásia. Utilizava-se como tempero e para preparar medicamentos.

Canela

Casca de planta espontânea nas ilhas de Ceilão e Java e na costa do Malabar. Utilizava-se como tempero e produto de farmácia.

Produtos extraídos de animais

Algália

Era um produto extraído de um animal semelhante ao gato que vivia em toda a Índia. Servia para preparar medicamentos e perfumes.

Almíscar

Era um produto extraído da pele de uns animais semelhante ao cabrito que habitavam o Tibete e a China. Servia para perfumes e farmácia.

Outros produtos


Do Oriente vinham também pérolas minúsculas a que se dá o nome de aljôfar. Eram «pescadas» no mar Vermelho, no golfo Pérsico e na costa da Pescaria, que fica no sul da Índia. Vinham ainda pérolas grandes, pedras preciosas, sedas e porcelanas da China.

Love Burns

Sunday, July 27, 2008

Never thought I'd see her go away
She learned I loved her today
Never thought I'd see her cry
And I learned how to love her today
Never thought I'd rather die
Than try to keep her by my side

Now she's gone love burns inside me
Now she's gone love burns inside me
Now she's gone love burns inside me

Nothing else can hurt us now
No loss, our love's been hung on a cross
Nothing seems to make a sound
And now it's all so clear somehow
Nothing really matters now
We're gone and on our way

Now she's gone love burns inside me
Now she's gone love burns inside me
Now she's gone love burns inside me

She cuts my skin and bruise my lips
She's everything to me
She tears my clothes and burns my eyes
She's all I want to see
She brings the cold and scars my soul
She's heaven sent to me

Now she's gone love burns inside me
Now she's gone love burns inside me
Now she's gone love burns inside me

Never thought I'd leave you like the way I do, yeah
Kiss my love and I wish you're gone
You can kiss my love and I wish you're gone
Never thought I'd leave you like the way that I do
Kiss my love and I wish you're gone
You can kiss my love and I wish you're gone
Now she's gone love burns inside me
Now she's gone love burns inside me
Now she's gone love burns inside me

by B.R.M.C.

Costumes

Thursday, July 24, 2008

Imaginações e devaneios a parte o certo é que mais uma vez constato danos colaterais. Não deixa de ser curioso o facto de antes convencer-me que os actos pouco afecto tinham na minha pessoa, e no entanto, as consequências existem sempre. Curioso também são as pessoas. É simplesmente fenomenal como elas interagem com as diversas situações e quão diferentes é AINDA possível encontrar.
Num instante estamos em alta, como logo no segundo seguinte, já não estamos sequer em sintonia. Discussões à parte existe sempre mais do que um único ponto de vista. Isto é tão claro como o dia. Trivialmente se chega à brilhante conclusão de que são apenas duas mentes que naturalmente divergem. Ponto final. Sem grandes alaridos se verifica que são diferentes maneiras de pensar, como de "olhar", como de constatar... e por aí a fora.
Se um lado espera o outro desespera. Se um lado quer o outro rejeita. Se um lado diz gosto o outro detesto. Se um lado raciocina o outro aventura-se. Se um lado ama o outro odeia. Agora o que não é possível é dizer, sentir, fazer, querer, e a seguir ppuuufffff. EPA. Isso é que não. Foi mas deixou de ser percebo. Era mas agora já não é. Não entendo. Juro que não.
Não acredito no existe seguido do nada. Isso é palhaçada. Hipocrisia. Estupidez. Fraco.
...
Há muito neste mundo que trivialmente não entendo.
Como dizia o outro: "É para isso que cá andamos"

O sentimento das palavras

Tuesday, July 8, 2008

Discutir assuntos diversos, falar com quem quer que seja, independentemente do género, idade ou estatuto social. Apraz-me o sentimento que as palavras transmitem, que transportam.
Assuntos há que são mais difíceis de expor, exprimir, que outros. Por variadas razões, seja por não saber o que dizer, seja por não saber como dizer, seja pelas ideias não formarem uma linha de raciocínio.
Certo é que, por diversas razões, a expressão verbal dos sentimentos nem sempre é directa, menos ainda é clara. Certo é, também, que pela natureza da questão (sentimentos) tudo é suposto acontecer, tudo vale, nada vale, nada é suposto acontecer. São sentimentos. E como a palavra diz, são impressões, conhecimentos, experiências, sensações.

Fico-me por aqui... Estou sem saber o que escrever...

Prazer da incoerência consistentemente repetitiva

Thursday, May 8, 2008

Ouve-se dizer que com a velhice chega a sabedoria. Que a experiência vem com o fazer. Nada pode ser mais verdade. É bonito constatar que há mais do que um lado para as coisas. Só posso rir quando dizem "alhos" (tapar o sol com a peneira), quando é mais do que sabido que se está a dizer "bogalhos". - Uma pasta de soda cáustica e de água pode furar uma panela de alumínio. Uma solução de soda cáustica e água dissolve uma colher de pau. Cheira a vinagre e o fogo na tua mão no final da longa estrada apaga-se. Sentes o cheiro da soda cáustica a queimar a forma ramificada dos teus seios nasais, e o cheiro vomitivo a mijo e a vinagre de um hospital... - No final tudo acaba em bem. Pelo menos acaba. UFA...

As representações da Terra

Sunday, April 27, 2008

As representações da Terra que se faziam na Idade Média eram geralmente esquemas elaborados de acordo com o que vinha na Bíblia e tinham muita aceitação junto da classe culta - o clero. Havia dois tipos de esquemas: o planisfério de zonas e o planisfério TO.

O planisfério de zonas

O planisfério de zonas aparece pela primeira vez num manuscrito de Marciano Capella, no século XII. Era um círculo dividido em cinco zonas: duas frígidas, duas temperadas e uma tórrida. Outros esquemas do mesmo género apresentavam 7 subdivisões na zona temperada do Norte de de acordo com os tipos de clima, que se distinguiam pela duração do maior dia do ano.



Os planisférios TO
Nestes planisférios o oceano rodeava os continentes como um grande círculo, um O. E, julgando-se que só existiam três continentes - a Europa, a Ásia e a África -, estes apareciam separados por três braços de água que formavam um T. Era costume colocar Jerusalém no centro, por ser a cidade santa dos cristãos. Alguns incluíam também um paraíso terrestre que às vezes surgia no Leste da Europa e outras vezes no extremo da Ásia. Geralmente enfeitava-se o paraíso com as figuras de Adão e Eva.

Os livros de geografia e de viagens

Nos séculos XIII e XIV houve viajantes que se arriscavam a atravessar regiões onde não era costume circularem europeus. Integravam-se em caravanas e deslocavam-se para o Oriente, de uma maneira geral com o intuito de comerciar. Foi o caso de Marco Polo. Os relatos que depois faziam espicaçavam a curiosidade dos que tinham ficado calmamente em sua casa. E, para satisfazer a avidez de informações a respeito de terras longínquas e povos estranhos, procurava-se livros antigos. Estes, porém, ou faziam descrições muito limitadas ou se alongavam em descrições muito distorcidas. Assim, os homens do século XIV que se interessavam por essas coisas tinham a cabeça povoada de imagens magníficas, empolgantes, acerca de um mundo que não existia.
Nesta época recuperou-se a geografia de Pompónio Mela, do século I, que reunia ideias de autores anteriores como Heródoto e Estrabão. Dava indicações relativamente certas sobre a Península Ibérica, de onde ele próprio era natural, misturadas com outras "alegadas". Dizia, por exemplo, que o rio Nilo nascia numa zona fria do Sul e passava de um continente para outro através de um canal submarino.
Ptolomeu, o famoso astrónomo e geógrafo da Antiguidade, que tinha uma informação mais correcta acerca da Terra, era desconhecido nesta época. Só veio a ser recuperado pelos europeus no início do século XV. Outras fontes de informação foram os manuscritos de Solino, Santo Isidoro de Sevilha, Marciano Capella. No entanto as informações que continham e as que lhes foram acrescentadas eram bastante fantasiosas.

Os livros de maravilhas

Se os viajantes faziam relatos mais ou menos fiéis do que tinham visto, o mesmo não se pode dizer dos autores de livros de maravilhas! Estes deixavam a imaginação à solta e escreviam histórias contando viagens que ninguém tinha feito. Para descrever as terras imaginárias serviam-se de conhecimentos da época acerca de pessoas, coisas, plantas e animais, passagens de livros de geografia, e do produto da sua própria criatividade, o que dava origem a textos tão ricos, tão vivos e interessantes que os leitores não só acreditavam no que liam como gostavam de acreditar. Foi por isso que muitas ideias loucas tardaram a ser reconhecidas como tais. E mesmo
assim não morreram, pois encontraram o seu lugar nos contos maravilhosos para crianças. É o caso das montanhas brilhantes cheias de serpentes venenosas, das árvores que sangravam mel, das formigas que transportavam ouro, dos homens e mulheres com olhos no peito ou pés de cabra, das sereias, dos dragões, dos elefantes com inteligência humana, das árvores onde nasciam pássaros em vez de frutos, dos anões e gigantes.

Navegadores portugueses (século XV)

Monday, April 21, 2008

Diogo Cão

Diogo Cão é uma figura um pouco misteriosa porque a respeito dele pode-se dizer que se sabe muito e que não se sabe nada. Quem era Diogo Cão? Não restam dúvidas quanto à sua origem: não era nobre, era plebeu. E tudo indica que pertencia a uma família natural de Vila Real de Trás-os-Montes. Ninguém sabe no entanto o nome do pai, o nome da mãe, o dia em que nasceu e onde. O único nome que se pode considerar como certo e seguro é o nome de seu avô Gonçalo Cão.
Diogo será o primeiro navegador da família. Decerto tratava-se de um homem cheio de qualidades, capaz de desempenhar tarefas difíceis, pois o rei D. João II escolheu-o para continuar a descobrir terras ao longo da costa de África, em busca da passagem do Atlântico para o Índico, e de estabelecer contacto amigável com os chefes das terras que descobrisse.
Diogo Cão desempenhou todas as missões que o rei lhe confiou. Excepto uma. Não atingiu o extremo sul de África. E por isso, ou porque a morte o surpreendeu cedo de mais, não deixou fortuna aos seus descendentes. Depois da segunda viagem, o seu nome não voltou a ser mencionado.

Diogo de Azambuja

Diogo de Azambuja parece-se mais com uma personagem de romance do que com um homem de carne e osso, de tal forma a sua vida foi agitada e tumultuosa. Numa época em que se morria cedo, viveu até aos oitenta e seis anos. Serviu três reis. Envolveu-se em lutas desde muito cedo, combatendo em Portugal, Aragão, Castela e mais tarde no Norte de África, lutas das quais saiu ora vencido, ora vitorioso, mas sempre vivo! Suportou ferimentos graves com uma resistência de ferro.
No reinado de D. Afonso V, durante o cerco de Alegrete, foi atingido e todos julgaram que era o seu fim, ou que teria de cortar uma perna. Pois nem uma coisa nem outra. Ficou coxo, mas resistiu. Quando, anos mais tarde, D. João II quis mandar construir o Castelo da Mina, escolheu-o a ele para chefiar tão delicada e difícil missão, apesar de nessa altura ter quase cinquenta anos e ser aleijado. Quem era este homem que no campo de batalha parecia rir-se da própria morte? E que enfrentava dificuldades rindo-se da própria vida?
Diogo de Azambuja pertencia a uma família nobre. Nasceu em Montemor-o-Velho em 1432, filho de Pedro Eanes e Maria Gonçalves Abreu. Entrou para a Ordem de Avis e era, portanto, um monge guerreiro. Como tal não podia casar, o que não o impediu de ter duas filhas de Leonor Botelho. Viveu no século dos Descobrimentos, mas não descobriu terra alguma e as suas viagens, porque também as fez, tinham sempre dois objectivos: a guerra ou a construção de castelos.
No reinado de D. Manuel I, já com setenta e quatro anos de idade foi encarregado de construir uma fortaleza no Norte de África, em zona de mouros. A proeza já tinha sido tentada por outros sem qualquer êxito. Diogo de Azambuja não só conseguiu o que queria como ainda fomentou a discórdia entre os habitantes da região e ocupou a cidade de Safim.

Bartolomeu Dias

Não se sabe ao certo a data em que nasceu nem qual a sua terra de origem. Foi escudeiro do rei D. João II, pertencia portanto à pequena nobreza. Acompanhou Diogo de Azambuja quando este partiu com a missão de construir o Castelo de S. Jorge da Mina. Desempenhou também as funções de Recebedor da Casa da Guiné. Mas o que o transformou numa presença constante nos livros de História foi a famosa viagem em que descobriu a passagem para o Índico.
Comandou ainda outras expedições ao Atlântico já ao serviço do rei D. Manuel I. Embora tenha servido dois reis com dedicação, embora tenha dado uma contribuição decisiva para chegar por mar à Índia, sonho de D. João II, não obteve a recompensa merecida. O rei não lhe deu privilégios ou mercês à altura do seu feito. E, anos mais tarde, D. Manuel I não o escolheu para capitanear a primeira armada que enviou ao Oriente, honra a que legitimamente aspirava.
Incluído como capitão na armada de Pedro Álvares Cabral em 1500, foi um dos descobridores do Brasil. O destino não lhe concedeu, porém, a alegria de desembarque na terra desejada. Quando a armada de Pedro Álvares Cabral navegava pelo Atlântico Sul com destino à Índia, levantou-se um súbito temporal, e a caravela onde Bartolomeu Dias viajava, mais outras três da armada, desapareceram no mar. Não ficou ninguém para contar a história. Esse naufrágio estimulou a imaginação dos poetas que escreveram belas páginas sobre a «a vingança do gigante Adamastor».

Forever and ever

Saturday, April 19, 2008

I carry your heart with me
(I carry it in my heart)
I am never without it
(anywhere I go you go, my dear;
and whatever is done by only me is your doing, my darling)
I fear no fate
(for you are my fate, my sweet)
I want no world
(for beautiful you are my world, my true)
and it's you are whatever a moon has always meant
and whatever a sun will always sing is you

Here is the deepest secret nobody knows
(here is the root of the root and the bud of the bud
and the sky of the sky of a tree called life;
which grows higher than soul can hope or mind can hide)
and this is the wonder that's keeping the stars apart

I carry your heart
(I carry it in my heart)

by Edward Estlin Cummings

If it only I could make it

Tuesday, April 15, 2008

Mama, take this badge off of me
I can't use it anymore.
It's gettin' dark, too dark for me to see
I feel like I'm knockin' on heaven's door.

Knock, knock, knockin' on heaven's door
Knock, knock, knockin' on heaven's door
Knock, knock, knockin' on heaven's door
Knock, knock, knockin' on heaven's door

Mama, put my guns in the ground
I can't shoot them anymore.
That long black cloud is comin' down
I feel like I'm knockin' on heaven's door.

Knock, knock, knockin' on heaven's door
Knock, knock, knockin' on heaven's door
Knock, knock, knockin' on heaven's door
Knock, knock, knockin' on heaven's door

"Knockin On Heavens Door" - by Bob Dylan

nhéca nhéca

Monday, April 14, 2008

Bla, bla, bla, ...... xoxoxo popo, beca, beca.
Ainda estás aí?!?!?
E que tal se levasses o cágado a passear! BOA ?!
...

Milhas e quilómetros - Miles and kilometers - Miles et kilomètres (BANG BANG)

Tuesday, March 18, 2008

I was five and he was six
We rode on horses made of sticks
He wore black and I wore white
He would always win the fight

Bang bang, he shot me down
Bang bang, I hit the ground
Bang bang, that awful sound
Bang bang, my baby shot me down.

Seasons came and changed the time
When I grew up, I called him mine
He would always laugh and say
"Remember when we used to play?"

Bang bang, I shot you down
Bang bang, you hit the ground
Bang bang, that awful sound
Bang bang, I used to shoot you down.

Music played, and people sang
Just for me, the church bells rang.

Now he's gone, I don't know why
And till this day, sometimes I cry
He didn't even say goodbye
He didn't take the time to lie.

Bang bang, he shot me down
Bang bang, I hit the ground
Bang bang, that awful sound
Bang bang, my baby shot me down...

Favor

Sunday, March 16, 2008

Sê uma pessoa simpática e faz-me um favor, sai...
Não me procures

54 anos

Monday, March 10, 2008

É incrível que tenham já passado vinte e cinco anos...
Desde sempre e para toda a eternidade amar-te-ei.
Vão atrasados, eu sei, Feliz Aniversário, Parabéns.

Rosa (parte I)

Friday, February 22, 2008

Rosa não era o seu verdadeiro nome. Era o nome que ela gostava de usar quando saía. Rosa era uma predadora nata e detentora de uma sensualidade natural difícil de encontrar. Os homens não resistiam ao seu charme felino. Ela não se importava com a atenção que recebia, aliás, fazia de modo a que nenhum homem escapasse. Seduzir e brincar eram dos principais modos de comunicação com os homens. Muitas amigas invejavam-na por ela ter essa naturalidade. Muitas eram também as mulheres que não aceitavam nem o seu comportamento, nem a sua liberdade.
O mundo de Rosa era comum a muitas mulheres. O dia era passado no escritório onde tomava as suas decisões. Rosa trabalhava como advogada num conceituado escritório de advogados. O mundo dela era dominado por homens. Rosa era a primeira mulher a quem fora oferecida sociedade no escritório de advogados. O escritório, até à data da sua entrada, era um negócio de família. Os gerentes reconheceram nela capacidades pouco comuns, tendo demorado pouco tempo até receber a proposta de sociedade.
Rosa apreciava o que fazia durante o dia, mas era à noite que se sentia verdadeiramente livre, ela. Rosa frequentava um núcleo de amizade. Núcleo de amizade esse que exigia a quem o frequentava absoluto secretismo. O secretismo não era perfeitamente respeitado, Rosa conheceu o núcleo pela primeira vez através de uma "amiga".

por Nuno Lourenço

Aniversário

Sunday, February 17, 2008

As lembranças surgiam do nada, à velocidade da satisfação. Não tinha explicação, mas o que sentia era maior do que podia aguentar. Não existiam remorsos, não existiam dúvidas. Tinha a plena consciência da pessoa que era e da vida vivida. A alegria era natural naquele instante, como era também a tristeza. Ali de fronte daquelas pessoas recordava-se de acontecimentos passados, uns agradáveis, outros menos agradáveis, ou mesmo desagradáveis. Todos estavam ali por ele.

- Que noite! Que bonita noite está hoje. - disse ele.
- Perante vós, pergunto-me, "Que raio estarão aqui a fazer? Não terão nada mais interessante a fazer?".
- Sei que estão aqui para celebrar o meu aniversário. Sei também que estão aqui por afecto. E por essa razão agradeço-vos.
- Esta festa não é a minha festa. Esta festa é para vós.
- Agrada-me ter-vos aqui. Cada cara que vejo é uma recordação. Não tenho como dizê-lo em palavras, o quanto me sinto feliz por partilhar este momento convosco.
- A única maneira que tenho é, "Obrigado! Obrigado por terem partilhado a vossa vida comigo".
- Organizei esta festa, não para celebrar o meu aniversário, mas para celebrar o convívio entre os meus amigos e família.
- Obrigado.
- Agora música, e quero ver todos a divertirem-se.

Ao início ficaram espantados pelo discurso. Questionando-se se aquele seria o modo que ele tinha encontrado para se despedir deles. A verdade é que ninguém sabia. Nem amigos íntimos, nem família. Vendo-o divertir-se, dançando, e cantando, continuaram a divertir-se com a festa que ele organizara. Apenas uma. Apenas ela não apreciara o que ouvira. Estava convicta de que ele dissera mais do que fora dito. Ela temia o pior, que ele estivesse a esconder algo.
Cruzaram olhar. Ele dirige-se até ela. Enquanto atravessa o salão, seus olhos comunicam. Ele vê-a como flor adocicada que fizera brilhar sua vida. Ela teme que ele esteja a despedir-se. Suas mãos beijam-se, seus corpos cumprimentam-se, seus olhos dialogam, os lábios encontram-se naquela noite e o beijo é a certeza.

- Que estavas tu a dizer a pouco? - pergunta ela assustada.
- O que ouviste. - responde-lhe ele.
- Não. Estavas a querer dizer mais. Por acaso tens algo para me contar? - diz ela, já tremendo.
- Porque estás assim? - questiona ele - Não estejas preocupada. Não me vou embora. Não tenho nenhum problema.
Ela escuta-o, mas custa-lhe acreditar. Uma lágrima escorre-lhe pelo rosto. Ele beija-a na face, parando a lágrima.
- Sabes que és para mim importante! Que gosto de ti! - afirma ele. - Anda comigo. Precisas apanhar ar!

Ambos vão até à varanda. Daí era possível ver a lua. Estava lua cheia e o seu reflexo sobre o rio estendia-se até quase à varanda.

- Tenho tanto medo de te perder! - confidencia ela.
- Mas porquê? Estou aqui ao teu lado. Não tenhas medo. - diz ele, confortando-a.
- Prometes-me que se algo estiver mal... - diz ela.
- Cccchh! - diz ele - Não tens nada a recear. Eu amo-te! Quero-te! És minha mulher e não há nada que alterará isso.
- Obrigado meu amor. - retorquiu ela.

E assim ficaram os dois, na varanda, a música no fundo, observando a lua beijando o rio e sorrindo-lhes, cuidando o seu amor.

- Feliz aniversário. - diz ela.
- Beija-me, meu amor. - responde-lhe ele.

por Nuno Lourenço

Absoluta incoerência coerente

Monday, February 11, 2008

Na manhã seguinte esses mesmos empregados e contabilistas estariam no meio da multidão com as suas cabeças muito bem penteadas atiradas para trás, estonteados por não terem dormido, mas sóbrios e com gravatas a ouvirem a multidão à volta deles a perguntar quem teria feito aquilo e a polícia a gritar para toda a gente fazer o favor de recuar, já, no preciso instante em que a água corria para fora do centro partido e fumegante de cada um daqueles olhos enormes.
...
Os cabeçalhos:
Criado Perturbado Confessa Contaminar Comida.
...
E eu que costumava ser uma pessoa tão simpática.
...
O melhor tipo de colagénio é a tua própria gordura, chupada das tuas coxas, tratada, refinada e voltada a injectar nos teus lábios. Ou noutro sítio qualquer. Este tipo de colagénio dura.
...
Estou vestido. Enfio a mão no bolso e apalpo.
Estou completo.
Assustado, mas intacto.
...
Aqui em cima, nos quilómetros de noite entre as estrelas e a Terra, sinto-me como um desses animais do espaço.
Cães.
Macacos.
Homens.
Limitas-te a fazer o teu trabalhinho. Puxar uma alavanca. Carregar num botão. A verdade é que não sabes nada do assunto.

Os primeiros navios portugueses (século XV)

Monday, February 4, 2008

No princípio do século XV os portugueses utilizavam vários tipos de embarcações.

Barca
A barca mais simples tinha um casco de madeira achatado, um único mastro e veia quadrada. Possuia um leme lateral e era utilizada sobretudo na pesca e nas viagens para o Norte da Europa. As viagens para as ilhas atlânticas e para o cabo Bojador foram feitas em barcas que comportavam uma tripulação de vinte homens. Tinham leme à retaguarda e vela quadrada ou triangular. As velas triangulares permitiam navegar à bolina, ou seja, com ventos contrários.

Barinel
O barinel era maior do que a barca. Tinha um ou dois mastros, cesto de gávea e uma parte mais elevada à frente a que se dava o nome de castelo de proa.

Galé
As galés, de casco muito alongado, eram movidas a remos, mas também tinham um mastro com vela quadrada e cesto de gávea.

Fusta
As fustas, parecidas com as galés, tinham também remos, um mastro, vela quadrada, cesto de gávea. Eram muito utilizadas pelos mouros do Norte de África.

Pequeno-almoço

Monday, January 28, 2008

Estava ainda na cama e levanto-me meio ensonado. A campainha já deveria estar a tocar à algum tempo. Levanto-me não convencido e abro a porta. Do outro lado estavas tu, e diga-se a bom de verdade, com uma frescura deliciosa. Entras sem dizer nada. Eu volto para o quarto, a noite anterior tinha sido esgotante. Segues-me até ao quarto e sem tempo a perder empurras-me para cima da cama. Vinhas com uns sapatos de salto alto pretos, umas meias pretas lisas semi transparentes e um casaco que te cobria até aos joelhos.
Ali deitado sobre a cama fico, mirando-te enquanto tiras o casaco. Por baixo do casaco tinhas lingerie, apenas. Lingerie de renda preta com um cinto de ligas. O meu sexo entusiasma-se, não escondendo a vontade. Sem esperares debruçaste sobre a cama até ficares por cima de mim. Não esperas por nada, a tua sede estava no auge. Com os dentes tiras-me as cuecas e o meu sexo tenta agredir-te. Sorris e comentas - "O menino fez a barba hoje, que bonito!" - Estava completamente intumescido e tu de imediato o recebes na boca. Desta vez nem beijos, nem carícias, como se os teus lábios, a tua boca ansiavam por recebê-lo.
Afago-te a cabeça enquanto te delicias, puxo-te para mim e beijo-te. Tentas voltar, agora sou eu quem te deita sobre a cama. Beijo-te e vejo que estas molhada. Com uma mão tiro-te o soutien e com a outra acaricio-te o sexo. Afago-te e estimulo-te o clitóris. Tiro-te as cuecas enquanto te beijo as coxas. Beijo-te e lambo-te a vulva. Chupo-te, lambo-te, beijo-te e recebo-te quando-te te vens. A manhã continua e nós também.
por Nuno Lourenço

Não me lavem o rosto

Não me lavem os olhos!
Não; já disse não!
Deixai-me ver,
sentir, viver tudo em mim
mas não me lavem os olhos!

Deixai-me crer por mim
aceitar a realidade
mas não me barrem a caminhada
não me lavem os olhos!

Deixai-me sofrer realidade
ao sonhar fraternidade
mas... por favor...
não me lavem os olhos!

por Sukrato

Carta de um suicida

Tuesday, January 22, 2008

Não. Já me perguntei se seria possível. Não. Não. Não quero mais viver. Não faz sentido. Para quê? Existe um tanto que consigo aguentar. Não faz sentido. Não quero mais. O martírio é já uma constante. Já não sei o que é ser feliz. Não há instante algum que o sinta. Reformulo. Já não sei o que é estar contente. já o esqueci. Já não sei o que é sorrir. Perdi o caminho. Não me lembro. Por mais que procure, por mais que vasculhe, não tenho recordações de momentos alegres. Tudo parece pertencer a outra vida. É um suplício, um tormento, um castigo, cada dia que acordo. Abro os olhos porque não posso dormir para sempre. Quero descansar. Quero nunca mais acordar. Quero sossego. É involuntário é voluntário.
Afinal quem conheço eu?! Não faço ideia. Dou por mim a questionar-me se fosse/desaparecesse quem sentiria a minha falta?? Provavelmente ninguém daria por isso. Talvez alguém, de certeza o senhorio seria essa pessoa. Ando no meio de gentes e não reconheço ninguém, não me reconheço. Conto apenas mentiras de acontecimentos inexistentes só para poder dizer a mim mesmo "hoje conversei". Não quero saber mais. Não quero preocupar-me mais. Não faz sentido. Não vale a pena.
não há motivação. Não decifro a razão. Talvez seja por nunca ter sido realmente feliz, por nunca ter realmente sentido. Olho em redor vejo pessoas. Pessoas contentes, felizes. Como é possível, pergunto-me. Vejo casais abraçados, trocando juras de amor. Vejo o prazer nos olhos de amantes. Vejo o orgulho dos pais deslumbrados com suas crianças. Avós deliciados com seus netos. Pais entretidos com os primeiros passos, o primeiro abraço, dos seus filhos. Por um lado pergunto-me como será estar assim. Por outro não quero saber. Há apenas um tanto que aguento. Irrita-me ver esta gente contente.
Escrevo esta carta não sei porque razão. Talvez para que um dia seja lida. Não digo muito, provavelmente até nem esteja a dizer nada, mas já não consigo entender o que dizem as pessoas, não quero saber mais, CHEGA. Talvez a escrever para aperceber-me que realmente tenho de resolver.
Não quero mais acordar. Está resolvido...

por Nuno Lourenço

Poema

Wednesday, January 16, 2008

Em todas as ruas te encontro
em todas as ruas te perco
conheço tão bem o teu corpo
sonhei tanto a tua figura
que é de olhos fechados que eu ando
a limitar a tua altura
e bebo a água e sorvo o ar
tanto tão perto tão real
que o meu corpo se transfigura
e toca o seu próprio elemento
num corpo que já não é o seu
num rio que desapareceu
onde um braço teu me procura

por Mário Cesariny

Publicidade (TMN - 3 Reis Magos)

Sunday, January 13, 2008

Uma das melhores publicidades que tenho visto. Sem dúvida (isto na minha opinião) que é um excelente exemplo de criatividade. Muitos parabéns a quem é devido pela ideia.
LOL.

My Way

Saturday, January 12, 2008

And now, the end is near, and so I face, the final curtain. My friend, I'll say it clear, I'll state my case, of which I'm certain. I've lived, a life that's full, I've traveled each and every highway. And more, much more than this, I did it my way. Regrets, I've had a few, but then again, too few to mention. I did, what I had to do, and saw it through, without exemption. I planned, each charted course, each careful step, along the byway, and more, much more than this, I did it my way. Yes, there were times, I'm sure you knew, When I bit off, more than I could chew. But through it all, when there was doubt, I ate it up, and spit it out. I faced it all, and I stood tall, and did it my way. I've loved, I've laughed and cried, I've had my fill; my share of losing. And now, as tears subside, I find it all so amusing. To think, I did all that, and may I say --- not in a shy way, "Oh no, oh no not me, I did it my way". For what is a man, what has he got? If not himself, then he has naught. To say the things, he truly feels, And not the words, of one who kneels. The record shows, I took the blows --- And did it my way! I did it my way.

Esquecimento

Friday, January 11, 2008

esta é sobre ti tem amor e ódio é para ires ouvindo nestas horas d'ócio ínfima parte de um sonho perdido libertei-o, ja o tinha esquecido é um sinal... espero o momento na sombra da rua ouço uma voz que me lembra a tua passei pelo risco de sofrer por não ler os teus sinais é um sinal... para recomeçar... quero ver gente, quero ver a terra chegar a casa e ter alguém à espera quero um presente, quero ser bera quero ser submissa, quero ser a fera quero ver gente, quero ver a terra chegar a casa e ter alguém à espera quero um presente, quero ser bera quero ser submissa, quero ser a fera leva-me as areias quentes que me instigam os sentimentos que me deixam nua perante os elementos ensina-me a escavar objectos sem estragar para que sorrir seja sempre vulgar dá-me de beber, finas gotas desse mel para que o meu saber não esteja só no papel incita-me a lembrar o teu gosto pelo mar para que um dia fique pronta a zarpar esperar que amanha tudo seja diferente... e tu possas estar presente... quero ver gente, quero ver a terra chegar a casa e ter alguém à espera quero um presente, quero ser bera quero ser submissa, quero ser a fera quero ver gente, quero ver a terra chegar a casa e ter alguém à espera quero um presente, quero ser bera quero ser submissa, quero ser a fera incita-me a atirar os dados sem soprar quero-te dizer seja vulgar... quero ver gente, quero ver a terra chegar a casa e ter alguém à espera quero um presente, quero ser bera quero ser submissa, quero ser a fera incita-me a atirar para recomeçar... chegar a casa e ter alguém à espera quero um presente, quero ser bera quero ser submissa, quero ser a fera quero ver gente, quero ver a terra chegar a casa e ter alguém à espera quero um presente, quero ser bera quero ser submissa, quero ser a fera

Sonho (v2)

Monday, January 7, 2008

Sonhei um sonho sonhado,
Daqueles onde tudo acontece e nada é real.
Sonhei um sonho acordado,
Alimentando-me no deserto da suposição do leal.
Vaguei entre vivos e mortos, céu e inferno.
Sorvendo cada resposta como elixir,
Questionando-me com o silêncio sepulcral.
Perante tamanha falésia ideal,
Depositei o saber no ancião.
Levantei-me, caí, levantei-me, caí.
Vejo agora no gozo de satisfação
Onde o desprezo é rei e senhor,
Que sonho sonhado,
Ou sonho acordado,
A alma me elevou.
Acabo sentindo-me agradado,
Repleto, saciado,
Não por ter sonhado,
Mas por ter sentido.
Ajuda-se quem quer ser ajudado
Não se salva ninguém.
Sonho, ficção, fantasia, visão,
Sinónimos de uma aspiração.

por Nuno Lourenço

1457

Friday, January 4, 2008

Faz hoje 1457 dias que não te vejo, que não nos falamos. Nem acredito que tudo chegou a este termo. Pior pensando no número fico estupefacto, incrédulo com a sua dimensão. Não há dia em que em ti não pense. Como é possível permitir que tudo atinja esta dimensão. Como é possível que tenhas permitido que tudo assuma esta extensão.
Sim é verdade, errei muito no passado. Sim é verdade, cometi muitas injustiças no passado. Sim é verdade, fiz-te sofrer no passado. Mas sejamos sinceros, nem tudo é culpa minha, afinal tu também foste parte dos momentos, das situações. Não fui o único a errar, a cometer injustiças, a causar sofrimento. Tu, sim tu, também tiveste a tua dose. Não é disso que quero falar, águas passadas são águas passadas. Quero dizer-te que quero olhar nos olhos do futuro e ver-te. Não quero mais imaginar o que será, o que poderia ser, o que seria. Não quero mais "ses". Quero-te de volta na minha vida. Sabes bem que pouco sentido faz esta nossa separação. Sabes bem que nenhum sentido faz não nos vermos mais. Sabes bem que te amo incondicionalmente. Não quero discutir sobre o que foi "eu" ou "tu". Quero-te de volta, aliás exijo-te de volta. Tu és parte de mim, tal como eu sou parte de ti. O sofrimento causado pela nossa separação não inclui apenas nós dois, afecta todos os que connosco partilham as nossas vidas.
Não é nenhum esforço que te estou a pedir. Não o pode ser. Todas as noites dou por mim a olhar o vazio. À porta não apareces tu. Da janela não te vislumbro. Pelas ruas deambulo sem nunca te encontrar. Não conheço os teus amigos, não sei por onde andas, onde trabalhas. Apenas sei que não há maneira de poder viver assim sem ti.
Escrevo esta carta para apaziguar a dor que sinto. Não que ela diminua, não que ela desapareça, não que ela se esfume. A amargura está presente e estará sempre presente até te ter de volta. Não te peço muito, apenas te peço que me deixes voltar a fazer parte do teu mundo. Não espero que me recebas de braços abertos. Aliás minto, espero que tudo possa ser como antes. Amo-te tanto, tu foste, tu és e sempre serás o que melhor me aconteceu. Acredita em mim, acredita nestas palavras, não estou a mentir. Amo-te incondicionalmente. Tu és tudo para mim. Como desejo voltar a estar contigo.
Espero que esta carta vá parar às tuas mãos. Espero que reconsideres e que possamos nos encontrar.

Beijos deste teu pai que te adora.

por Nuno Lourenço