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Forever and ever

Saturday, April 19, 2008

I carry your heart with me
(I carry it in my heart)
I am never without it
(anywhere I go you go, my dear;
and whatever is done by only me is your doing, my darling)
I fear no fate
(for you are my fate, my sweet)
I want no world
(for beautiful you are my world, my true)
and it's you are whatever a moon has always meant
and whatever a sun will always sing is you

Here is the deepest secret nobody knows
(here is the root of the root and the bud of the bud
and the sky of the sky of a tree called life;
which grows higher than soul can hope or mind can hide)
and this is the wonder that's keeping the stars apart

I carry your heart
(I carry it in my heart)

by Edward Estlin Cummings

Não me lavem o rosto

Monday, January 28, 2008

Não me lavem os olhos!
Não; já disse não!
Deixai-me ver,
sentir, viver tudo em mim
mas não me lavem os olhos!

Deixai-me crer por mim
aceitar a realidade
mas não me barrem a caminhada
não me lavem os olhos!

Deixai-me sofrer realidade
ao sonhar fraternidade
mas... por favor...
não me lavem os olhos!

por Sukrato

Poema

Wednesday, January 16, 2008

Em todas as ruas te encontro
em todas as ruas te perco
conheço tão bem o teu corpo
sonhei tanto a tua figura
que é de olhos fechados que eu ando
a limitar a tua altura
e bebo a água e sorvo o ar
tanto tão perto tão real
que o meu corpo se transfigura
e toca o seu próprio elemento
num corpo que já não é o seu
num rio que desapareceu
onde um braço teu me procura

por Mário Cesariny

Sonho (v2)

Monday, January 7, 2008

Sonhei um sonho sonhado,
Daqueles onde tudo acontece e nada é real.
Sonhei um sonho acordado,
Alimentando-me no deserto da suposição do leal.
Vaguei entre vivos e mortos, céu e inferno.
Sorvendo cada resposta como elixir,
Questionando-me com o silêncio sepulcral.
Perante tamanha falésia ideal,
Depositei o saber no ancião.
Levantei-me, caí, levantei-me, caí.
Vejo agora no gozo de satisfação
Onde o desprezo é rei e senhor,
Que sonho sonhado,
Ou sonho acordado,
A alma me elevou.
Acabo sentindo-me agradado,
Repleto, saciado,
Não por ter sonhado,
Mas por ter sentido.
Ajuda-se quem quer ser ajudado
Não se salva ninguém.
Sonho, ficção, fantasia, visão,
Sinónimos de uma aspiração.

por Nuno Lourenço

Mais do que isto

Wednesday, December 26, 2007

Pude logo sentir na altura
Não haver forma de saber
Folhas caídas na noite
Quem pode dizer para onde as sopra o vento
São livres, nesse momento
Se calhar, aprendendo
Por que na maré o mar
Não tem para onde voltar
Mais do que isto, tu sabes não haver
Mais do que isto, diz-me uma coisa
Mais do que isto, o que existe é nada
Foi divertido durante uns tempos
Não havia modo de saber
Como um sonho na noite
Quem pode dizer para onde iremos
Sem cuidado no mundo
Talvez esteja a aprender
Por que na maré o mar
Não tem para onde voltar
Mais do que isto, tu sabes não haver
Mais do que isto, diz-me uma coisa
Mais do que isto, o que existe é nada

por Bryan Ferry

I see

Monday, October 29, 2007

I see the moon
And the moon sees me
The moon sees the one i need

I see the sun
And the sun sees me
The sun shines with the love i feel

I see the sea
And the sea sees me
The sea gently embraces thee

I see the sky
And the sky sees me
The sky is no limit for what will be

I see the earth
And the earth sees me
The earth will take care of me

by Nuno Lourenço

Quero ser

Wednesday, October 24, 2007

Quero ser a folha que é levada ao sabor do teu vento
Quero ser as raízes da tua árvore
Quero ser a luz do teu sol
Quero ser o peixe que nada no teu mar
Quero ser as labaredas do teu fogo
Quero ser a flor da tua planta
Quero ser o farol do teu mar revolto
Quero ser as estrelas do teu céu
Quero ser os alicerces da tua construção
Quero ser a segurança do teu olhar
Quero ser as palavras do teu silêncio
Quero ser o espelho da tua alma
Quero ser o sonho que em ti surge
Quero ser a tua partida e a tua chegada
Quero ser eu e tu
Sou grão de areia no deserto

por Nuno Lourenço

Tempo

Friday, October 12, 2007

“O tempo é muito lento para os que esperam
Muito rápido para os que têm medo
Muito longo para os que lamentam
Muito curto para os que festejam
Mas, para os que amam, o tempo é eterno.”

by William Shakespeare

Dor

Wednesday, October 10, 2007

Oh lança que me trespassas,
Oh punhal que me dilaceras,
Oh cravo que me torturas,
Oh dor.
Porque me consomes assim?
Porque não terminas de uma vez?
Porque te prazenteias com o meu sofrimento?
Oh fogo que me dissipas,
Oh chama que me desfazes,
Oh flama que me destróis,
Oh suplício! Oh tormento!
Porque não me extingues?

Porque não me derrubas?
Porque me arruinas assim?
Oh dor.
Leva-me para onde possa acabar,
Para onde tudo será fim,
Morri.

por Nuno Lourenço

Soneto do Pau Decifrado

Tuesday, October 9, 2007

É pau, e rei de paus, não marmeleiro,
Bem que duas gamboas lhe lobrigo;
Dá leite, sem ser árvore de figo,
Da glande o fruto tem, sem ser sobreiro:

Verga, e não quebra, como o zambujeiro;
Oco, qual sabugueiro, tem o embigo;
Brando às vezes, qual vime, está consigo;
Outras vezes mais rijo que um pinheiro:

À roda da raiz produz carqueja:
Todo o resto do tronco é calvo e nu;
Nem cedro, nem pau-santo mais negreja!

Para carvalho ser falta-lhe um U;
Adivinhem agora que pau seja,
E quem adivinhar meta-o no cu.

de Manuel Maria de Barbosa l´Hedois Du Bocage

Certeza

O desejo maior de toda a gente
é ter um maior bem, de maior dura;
e longe, a procurá-lo, se amargura
tendo-o às vezes tão perto, e tão presente!

Deve ter sempre o coração consciente
quem se aventure a procurar ventura.
Deve sempre saber o que procura
para que não procure inutilmente.

O sonho que em mim arde e em mim se expande
há-de chegar ao fim, há-de ser grande!
O meu instinto é que o presente e diz...

Sei onde vou e a parte que me cabe!
E há tanta, tanta gente que não sabe
o que lhe falta para ser feliz!

de Virgínia Vitorino

Textos soltos - VI

Saturday, October 6, 2007

O sorriso do teu olhar cativa-me,
A visão do teu riso fascina-me,
O calor dos teus lábios enlouquece-me,
A frescura dos teus cabelos surpreende-me,
O oásis do teu rosto agrada-me,
Teu corpo o mistério do meu alívio.
O teu ser seduz-me,
O teu mundo minha literatura.


por Nuno Lourenço

Textos soltos - IV

Tuesday, October 2, 2007

Espero ansioso,
o que há-de vir.
Passeio-me descalço
por entre espinhos.
Pensando e recordando.
Desejo-te ver como és
sobre este luar.
Caminhas até mim trémula
Parecendo não saber o que fazer,
Parecendo não saber o que querer,
Parecendo não saber o que deixar,
Parecendo não saber o que pedir,
Parecendo que não.
Semblante de menina
Querendo mostrar-se mulher.

por Nuno Lourenço

Fanatismo

Wednesday, September 19, 2007

Minh’alma, de sonhar-te, anda perdida
Meus olhos andam cegos de te ver !
Não és sequer a razão do meu viver,
Pois que tu és já toda a minha vida !

Não vejo nada assim enlouquecida ...
Passo no mundo, meu Amor, a ler
No misterioso livro do teu ser
A mesma história tantas vezes lida !

"Tudo no mundo é frágil, tudo passa ..."
Quando me dizem isto, toda a graça
Duma boca divina fala em mim !

E, olhos postos em ti, digo de rastros :
"Ah ! Podem voar mundos, morrer astros,
Que tu és como Deus : Princípio e Fim !..."

de Florbela Espanca

Textos soltos - III

Monday, June 18, 2007

Passos dou,
Andar tento.
Avanço recuo.
Caminho tortuoso a percorrer.
Que seria se tudo fácil fosse de atingir?
Aprender é a chave,
A vida o cadeado.

por Nuno Lourenço

Textos soltos - II

Noite linda esta.
Luar reconfortante,
Amigo que o caminho mostra.
Noite limpa esta.
Estrelas muitas e brilhantes,
Cintilam e acompanham-me.

por Nuno Lourenço