A eternidade é o que tenho contigo. Estás em todos os momentos da minha vida. É uma estranha ligação esta a nossa. Não compreendo totalmente a interacção que temos. No entanto, nos momentos difíceis, nos momentos alegres, na tristeza, na felicidade, no meu primeiro filho, nas minhas conquistas, estás sempre ao pé de mim. Acompanhas-me em todas as aventuras da minha vida.
Procuro-te incessantemente, e no entanto, apenas surges quando queres. Escondes-te de mim, como receando o que possa encontrar. Talvez com receio da minha curiosidade. Acredito que seja para te protegeres, do quê, ainda não sei!
Situações há, que te vislumbro por detrás de mim, provavelmente, garantindo que nada me possa atingir. Outras situações há, em que me acompanhas, e ao meu lado moves-te. Suspeito que seja vontade tua de partilhares uma história. Por fim, situações há, em que a minha frente estás, mostrando-me por onde devo circular, apresentando os trilhos, os becos, mas sempre dando liberdade para escolher o meu destino.
Ao espelho olho e de ti nada. Frustrado fico quando não te vislumbro. A verdade é que te conheço, reconheço-te. E por mais que me convença disso, imperfeitamente é como te conheço. Numa luz ténue é como te reconheço. Pressinto-te e ao meu redor procuro, mas nada. De passagem é como a ligação. Não creio que seja uma jaula de interesses ou de afectos. Mas sim uma união inequívoca.
Manifesto, perante o mundo, que nutro por ti o maior carinho, compaixão, frustração, mas sem descurar o facto de que nunca terei contigo mais do que o que tu pretendes. Aguardo impacientemente o próximo instante que contigo possa desfrutar.
Até lá, persisto aqui expectante e curioso.
by Nuno Lourenço
Tuesday, September 2, 2008
Sunday, August 31, 2008
Poucos eram os que ficavam para observar. O aspecto rude, os contornos espinhosos, o formato não harmonioso como o restante, eram algum dos aspectos mais visivelmente salientados pelos demais, para o facto de não reparem.
O arbusto era dono e senhor de si mesmo, contente por si e pelos outros. Não queria saber da sua aparência, não queria saber da sua rugosidade.
Admirava todo o seu ambiente e feliz sentia-se com o que presenciava. Recebia o calor do sol e não se importava por não ser o elemento mais bonito, muito menos por não ser o alvo das atenções. Crescia livre e espontâneo sem se incomodar com os comentários, de quem passava, como também dos que o rodeavam.
Havia quem o invejava. A segurança transparecida é luz para os olhos de companheiros. Não interessava se verde era ou castanho, a verdade é que o arbusto comunicava com todos os que o rodeavam e, ocasionalmente, com os que por lá deslizavam.
Acontecia por vezes criar bons laços com os transeuntes. A comunicação era o que o arbusto mais prezava. Não interessava se era animal ou vegetal, o que interessava era a experiência. Viandantes de terras longínquas, tipicamente, quedavam perto do arbusto. Admiravam e conversavam entre si, deslumbrados com o fenómeno. Levando o conhecimento de volta para as suas terras.
Haviam homens e mulheres que por lá pairavam. Não admiravam nada, nem vislumbravam nada. A preocupação não era essa. A preocupação não era nenhuma. O arbusto não se incomodava com tal. Para isso, tinha crescido os espinhos. Protegiam-no e fortificavam-no. O arbusto não se sentia só, não se sentia acompanhado, sentia-se aprazido com o vento a assobiar boas novas e com o céu a trazer-lhe novidades ao ouvido. Tudo isto eram certezas que o arbusto tinha.
Um dia uma criança, fascinada que estava com o que via, pergunta aos pais - O que é isto? O que é aquilo no meio do arbusto?
Bem filho, isso não é um arbusto. Chama-se uma roseira. O que estás a ver são rosas. São bonitas filho. - responde a mãe.
A maravilha de quem não tem a mente moldada nem sabe o que vê, questionando tudo e todos, assim é a inocência de uma criança.
by Nuno Lourenço
Sunday, August 10, 2008
Plantas
Pimenta
Uma planta espontânea que existia na costa do Malabar, em Malaca e noutras zonas do Índico. Destinava-se a temperar e conservar os alimentos e era utilizada na preparação de medicamentos.
Cravinho
Flor de uma árvore semelhante ao loureiro que crescia espontaneamente nas ilhas Molucas.
Noz-Moscada
Cultivava-se nas ilhas de Banda, na Malásia. Utilizava-se como tempero e para preparar medicamentos.
Canela
Casca de planta espontânea nas ilhas de Ceilão e Java e na costa do Malabar. Utilizava-se como tempero e produto de farmácia.
Produtos extraídos de animais
Algália
Era um produto extraído de um animal semelhante ao gato que vivia em toda a Índia. Servia para preparar medicamentos e perfumes.
Almíscar
Era um produto extraído da pele de uns animais semelhante ao cabrito que habitavam o Tibete e a China. Servia para perfumes e farmácia.
Outros produtos
Do Oriente vinham também pérolas minúsculas a que se dá o nome de aljôfar. Eram «pescadas» no mar Vermelho, no golfo Pérsico e na costa da Pescaria, que fica no sul da Índia. Vinham ainda pérolas grandes, pedras preciosas, sedas e porcelanas da China.
Sunday, July 27, 2008
Never thought I'd see her go away
She learned I loved her today
Never thought I'd see her cry
And I learned how to love her today
Never thought I'd rather die
Than try to keep her by my side
Now she's gone love burns inside me
Now she's gone love burns inside me
Now she's gone love burns inside me
Nothing else can hurt us now
No loss, our love's been hung on a cross
Nothing seems to make a sound
And now it's all so clear somehow
Nothing really matters now
We're gone and on our way
Now she's gone love burns inside me
Now she's gone love burns inside me
Now she's gone love burns inside me
She cuts my skin and bruise my lips
She's everything to me
She tears my clothes and burns my eyes
She's all I want to see
She brings the cold and scars my soul
She's heaven sent to me
Now she's gone love burns inside me
Now she's gone love burns inside me
Now she's gone love burns inside me
Never thought I'd leave you like the way I do, yeah
Kiss my love and I wish you're gone
You can kiss my love and I wish you're gone
Never thought I'd leave you like the way that I do
Kiss my love and I wish you're gone
You can kiss my love and I wish you're gone
Now she's gone love burns inside me
Now she's gone love burns inside me
Now she's gone love burns inside me
by B.R.M.C.
Thursday, July 24, 2008
Imaginações e devaneios a parte o certo é que mais uma vez constato danos colaterais. Não deixa de ser curioso o facto de antes convencer-me que os actos pouco afecto tinham na minha pessoa, e no entanto, as consequências existem sempre. Curioso também são as pessoas. É simplesmente fenomenal como elas interagem com as diversas situações e quão diferentes é AINDA possível encontrar.
Num instante estamos em alta, como logo no segundo seguinte, já não estamos sequer em sintonia. Discussões à parte existe sempre mais do que um único ponto de vista. Isto é tão claro como o dia. Trivialmente se chega à brilhante conclusão de que são apenas duas mentes que naturalmente divergem. Ponto final. Sem grandes alaridos se verifica que são diferentes maneiras de pensar, como de "olhar", como de constatar... e por aí a fora.
Se um lado espera o outro desespera. Se um lado quer o outro rejeita. Se um lado diz gosto o outro detesto. Se um lado raciocina o outro aventura-se. Se um lado ama o outro odeia. Agora o que não é possível é dizer, sentir, fazer, querer, e a seguir ppuuufffff. EPA. Isso é que não. Foi mas deixou de ser percebo. Era mas agora já não é. Não entendo. Juro que não.
Não acredito no existe seguido do nada. Isso é palhaçada. Hipocrisia. Estupidez. Fraco.
...
Há muito neste mundo que trivialmente não entendo.
Como dizia o outro: "É para isso que cá andamos"
Tuesday, July 8, 2008
Discutir assuntos diversos, falar com quem quer que seja, independentemente do género, idade ou estatuto social. Apraz-me o sentimento que as palavras transmitem, que transportam.
Assuntos há que são mais difíceis de expor, exprimir, que outros. Por variadas razões, seja por não saber o que dizer, seja por não saber como dizer, seja pelas ideias não formarem uma linha de raciocínio.
Certo é que, por diversas razões, a expressão verbal dos sentimentos nem sempre é directa, menos ainda é clara. Certo é, também, que pela natureza da questão (sentimentos) tudo é suposto acontecer, tudo vale, nada vale, nada é suposto acontecer. São sentimentos. E como a palavra diz, são impressões, conhecimentos, experiências, sensações.
Fico-me por aqui... Estou sem saber o que escrever...
Thursday, May 8, 2008
Ouve-se dizer que com a velhice chega a sabedoria. Que a experiência vem com o fazer. Nada pode ser mais verdade. É bonito constatar que há mais do que um lado para as coisas. Só posso rir quando dizem "alhos" (tapar o sol com a peneira), quando é mais do que sabido que se está a dizer "bogalhos". - Uma pasta de soda cáustica e de água pode furar uma panela de alumínio. Uma solução de soda cáustica e água dissolve uma colher de pau. Cheira a vinagre e o fogo na tua mão no final da longa estrada apaga-se. Sentes o cheiro da soda cáustica a queimar a forma ramificada dos teus seios nasais, e o cheiro vomitivo a mijo e a vinagre de um hospital... - No final tudo acaba em bem. Pelo menos acaba. UFA...
Sunday, April 27, 2008
As representações da Terra que se faziam na Idade Média eram geralmente esquemas elaborados de acordo com o que vinha na Bíblia e tinham muita aceitação junto da classe culta - o clero. Havia dois tipos de esquemas: o planisfério de zonas e o planisfério TO.
O planisfério de zonas
O planisfério de zonas aparece pela primeira vez num manuscrito de Marciano Capella, no século XII. Era um círculo dividido em cinco zonas: duas frígidas, duas temperadas e uma tórrida. Outros esquemas do mesmo género apresentavam 7 subdivisões na zona temperada do Norte de de acordo com os tipos de clima, que se distinguiam pela duração do maior dia do ano.
Os planisférios TONestes planisférios o oceano rodeava os continentes como um grande círculo, um O. E, julgando-se que só existiam três continentes - a Europa, a Ásia e a África -, estes apareciam separados por três braços de água que formavam um T. Era costume colocar Jerusalém no centro, por ser a cidade santa dos cristãos. Alguns incluíam também um paraíso terrestre que às vezes surgia no Leste da Europa e outras vezes no extremo da Ásia. Geralmente enfeitava-se o paraíso com as figuras de Adão e Eva.
Os livros de geografia e de viagens
Nos séculos XIII e XIV houve viajantes que se arriscavam a atravessar regiões onde não era costume circularem europeus. Integravam-se em caravanas e deslocavam-se para o Oriente, de uma maneira geral com o intuito de comerciar. Foi o caso de Marco Polo. Os relatos que depois faziam espicaçavam a curiosidade dos que tinham ficado calmamente em sua casa. E, para satisfazer a avidez de informações a respeito de terras longínquas e povos estranhos, procurava-se livros antigos. Estes, porém, ou faziam descrições muito limitadas ou se alongavam em descrições muito distorcidas. Assim, os homens do século XIV que se interessavam por essas coisas tinham a cabeça povoada de imagens magníficas, empolgantes, acerca de um mundo que não existia.
Nesta época recuperou-se a geografia de Pompónio Mela, do século I, que reunia ideias de autores anteriores como Heródoto e Estrabão. Dava indicações relativamente certas sobre a Península Ibérica, de onde ele próprio era natural, misturadas com outras "alegadas". Dizia, por exemplo, que o rio Nilo nascia numa zona fria do Sul e passava de um continente para outro através de um canal submarino.
Ptolomeu, o famoso astrónomo e geógrafo da Antiguidade, que tinha uma informação mais correcta acerca da Terra, era desconhecido nesta época. Só veio a ser recuperado pelos europeus no início do século XV. Outras fontes de informação foram os manuscritos de Solino, Santo Isidoro de Sevilha, Marciano Capella. No entanto as informações que continham e as que lhes foram acrescentadas eram bastante fantasiosas.
Os livros de maravilhas
Se os viajantes faziam relatos mais ou menos fiéis do que tinham visto, o mesmo não se pode dizer dos autores de livros de maravilhas! Estes deixavam a imaginação à solta e escreviam histórias contando viagens que ninguém tinha feito. Para descrever as terras imaginárias serviam-se de conhecimentos da época acerca de pessoas, coisas, plantas e animais, passagens de livros de geografia, e do produto da sua própria criatividade, o que dava origem a textos tão ricos, tão vivos e interessantes que os leitores não só acreditavam no que liam como gostavam de acreditar. Foi por isso que muitas ideias loucas tardaram a ser reconhecidas como tais. E mesmo
assim não morreram, pois encontraram o seu lugar nos contos maravilhosos para crianças. É o caso das montanhas brilhantes cheias de serpentes venenosas, das árvores que sangravam mel, das formigas que transportavam ouro, dos homens e mulheres com olhos no peito ou pés de cabra, das sereias, dos dragões, dos elefantes com inteligência humana, das árvores onde nasciam pássaros em vez de frutos, dos anões e gigantes.
Monday, April 21, 2008
Diogo Cão
Diogo Cão é uma figura um pouco misteriosa porque a respeito dele pode-se dizer que se sabe muito e que não se sabe nada. Quem era Diogo Cão? Não restam dúvidas quanto à sua origem: não era nobre, era plebeu. E tudo indica que pertencia a uma família natural de Vila Real de Trás-os-Montes. Ninguém sabe no entanto o nome do pai, o nome da mãe, o dia em que nasceu e onde. O único nome que se pode considerar como certo e seguro é o nome de seu avô Gonçalo Cão.
Diogo será o primeiro navegador da família. Decerto tratava-se de um homem cheio de qualidades, capaz de desempenhar tarefas difíceis, pois o rei D. João II escolheu-o para continuar a descobrir terras ao longo da costa de África, em busca da passagem do Atlântico para o Índico, e de estabelecer contacto amigável com os chefes das terras que descobrisse.
Diogo Cão desempenhou todas as missões que o rei lhe confiou. Excepto uma. Não atingiu o extremo sul de África. E por isso, ou porque a morte o surpreendeu cedo de mais, não deixou fortuna aos seus descendentes. Depois da segunda viagem, o seu nome não voltou a ser mencionado.
Diogo de Azambuja
Diogo de Azambuja parece-se mais com uma personagem de romance do que com um homem de carne e osso, de tal forma a sua vida foi agitada e tumultuosa. Numa época em que se morria cedo, viveu até aos oitenta e seis anos. Serviu três reis. Envolveu-se em lutas desde muito cedo, combatendo em Portugal, Aragão, Castela e mais tarde no Norte de África, lutas das quais saiu ora vencido, ora vitorioso, mas sempre vivo! Suportou ferimentos graves com uma resistência de ferro.
No reinado de D. Afonso V, durante o cerco de Alegrete, foi atingido e todos julgaram que era o seu fim, ou que teria de cortar uma perna. Pois nem uma coisa nem outra. Ficou coxo, mas resistiu. Quando, anos mais tarde, D. João II quis mandar construir o Castelo da Mina, escolheu-o a ele para chefiar tão delicada e difícil missão, apesar de nessa altura ter quase cinquenta anos e ser aleijado. Quem era este homem que no campo de batalha parecia rir-se da própria morte? E que enfrentava dificuldades rindo-se da própria vida?
Diogo de Azambuja pertencia a uma família nobre. Nasceu em Montemor-o-Velho em 1432, filho de Pedro Eanes e Maria Gonçalves Abreu. Entrou para a Ordem de Avis e era, portanto, um monge guerreiro. Como tal não podia casar, o que não o impediu de ter duas filhas de Leonor Botelho. Viveu no século dos Descobrimentos, mas não descobriu terra alguma e as suas viagens, porque também as fez, tinham sempre dois objectivos: a guerra ou a construção de castelos.
No reinado de D. Manuel I, já com setenta e quatro anos de idade foi encarregado de construir uma fortaleza no Norte de África, em zona de mouros. A proeza já tinha sido tentada por outros sem qualquer êxito. Diogo de Azambuja não só conseguiu o que queria como ainda fomentou a discórdia entre os habitantes da região e ocupou a cidade de Safim.
Bartolomeu Dias
Não se sabe ao certo a data em que nasceu nem qual a sua terra de origem. Foi escudeiro do rei D. João II, pertencia portanto à pequena nobreza. Acompanhou Diogo de Azambuja quando este partiu com a missão de construir o Castelo de S. Jorge da Mina. Desempenhou também as funções de Recebedor da Casa da Guiné. Mas o que o transformou numa presença constante nos livros de História foi a famosa viagem em que descobriu a passagem para o Índico.
Comandou ainda outras expedições ao Atlântico já ao serviço do rei D. Manuel I. Embora tenha servido dois reis com dedicação, embora tenha dado uma contribuição decisiva para chegar por mar à Índia, sonho de D. João II, não obteve a recompensa merecida. O rei não lhe deu privilégios ou mercês à altura do seu feito. E, anos mais tarde, D. Manuel I não o escolheu para capitanear a primeira armada que enviou ao Oriente, honra a que legitimamente aspirava.
Incluído como capitão na armada de Pedro Álvares Cabral em 1500, foi um dos descobridores do Brasil. O destino não lhe concedeu, porém, a alegria de desembarque na terra desejada. Quando a armada de Pedro Álvares Cabral navegava pelo Atlântico Sul com destino à Índia, levantou-se um súbito temporal, e a caravela onde Bartolomeu Dias viajava, mais outras três da armada, desapareceram no mar. Não ficou ninguém para contar a história. Esse naufrágio estimulou a imaginação dos poetas que escreveram belas páginas sobre a «a vingança do gigante Adamastor».
Saturday, April 19, 2008
I carry your heart with me
(I carry it in my heart)
I am never without it
(anywhere I go you go, my dear;
and whatever is done by only me is your doing, my darling)
I fear no fate
(for you are my fate, my sweet)
I want no world
(for beautiful you are my world, my true)
and it's you are whatever a moon has always meant
and whatever a sun will always sing is you
Here is the deepest secret nobody knows
(here is the root of the root and the bud of the bud
and the sky of the sky of a tree called life;
which grows higher than soul can hope or mind can hide)
and this is the wonder that's keeping the stars apart
I carry your heart
(I carry it in my heart)
by Edward Estlin Cummings