Arbusto

Sunday, August 31, 2008

Poucos eram os que ficavam para observar. O aspecto rude, os contornos espinhosos, o formato não harmonioso como o restante, eram algum dos aspectos mais visivelmente salientados pelos demais, para o facto de não reparem.
O arbusto era dono e senhor de si mesmo, contente por si e pelos outros. Não queria saber da sua aparência, não queria saber da sua rugosidade.
Admirava todo o seu ambiente e feliz sentia-se com o que presenciava. Recebia o calor do sol e não se importava por não ser o elemento mais bonito, muito menos por não ser o alvo das atenções. Crescia livre e espontâneo sem se incomodar com os comentários, de quem passava, como também dos que o rodeavam.
Havia quem o invejava. A segurança transparecida é luz para os olhos de companheiros. Não interessava se verde era ou castanho, a verdade é que o arbusto comunicava com todos os que o rodeavam e, ocasionalmente, com os que por lá deslizavam.
Acontecia por vezes criar bons laços com os transeuntes. A comunicação era o que o arbusto mais prezava. Não interessava se era animal ou vegetal, o que interessava era a experiência. Viandantes de terras longínquas, tipicamente, quedavam perto do arbusto. Admiravam e conversavam entre si, deslumbrados com o fenómeno. Levando o conhecimento de volta para as suas terras.
Haviam homens e mulheres que por lá pairavam. Não admiravam nada, nem vislumbravam nada. A preocupação não era essa. A preocupação não era nenhuma. O arbusto não se incomodava com tal. Para isso, tinha crescido os espinhos. Protegiam-no e fortificavam-no. O arbusto não se sentia só, não se sentia acompanhado, sentia-se aprazido com o vento a assobiar boas novas e com o céu a trazer-lhe novidades ao ouvido. Tudo isto eram certezas que o arbusto tinha.
Um dia uma criança, fascinada que estava com o que via, pergunta aos pais - O que é isto? O que é aquilo no meio do arbusto?
Bem filho, isso não é um arbusto. Chama-se uma roseira. O que estás a ver são rosas. São bonitas filho. - responde a mãe.
A maravilha de quem não tem a mente moldada nem sabe o que vê, questionando tudo e todos, assim é a inocência de uma criança.

by Nuno Lourenço

Os produtos que vinham do Oriente

Sunday, August 10, 2008

Plantas

Pimenta

Uma planta espontânea que existia na costa do Malabar, em Malaca e noutras zonas do Índico. Destinava-se a temperar e conservar os alimentos e era utilizada na preparação de medicamentos.

Cravinho

Flor de uma árvore semelhante ao loureiro que crescia espontaneamente nas ilhas Molucas.

Noz-Moscada

Cultivava-se nas ilhas de Banda, na Malásia. Utilizava-se como tempero e para preparar medicamentos.

Canela

Casca de planta espontânea nas ilhas de Ceilão e Java e na costa do Malabar. Utilizava-se como tempero e produto de farmácia.

Produtos extraídos de animais

Algália

Era um produto extraído de um animal semelhante ao gato que vivia em toda a Índia. Servia para preparar medicamentos e perfumes.

Almíscar

Era um produto extraído da pele de uns animais semelhante ao cabrito que habitavam o Tibete e a China. Servia para perfumes e farmácia.

Outros produtos


Do Oriente vinham também pérolas minúsculas a que se dá o nome de aljôfar. Eram «pescadas» no mar Vermelho, no golfo Pérsico e na costa da Pescaria, que fica no sul da Índia. Vinham ainda pérolas grandes, pedras preciosas, sedas e porcelanas da China.