Pequeno-almoço

Monday, January 28, 2008

Estava ainda na cama e levanto-me meio ensonado. A campainha já deveria estar a tocar à algum tempo. Levanto-me não convencido e abro a porta. Do outro lado estavas tu, e diga-se a bom de verdade, com uma frescura deliciosa. Entras sem dizer nada. Eu volto para o quarto, a noite anterior tinha sido esgotante. Segues-me até ao quarto e sem tempo a perder empurras-me para cima da cama. Vinhas com uns sapatos de salto alto pretos, umas meias pretas lisas semi transparentes e um casaco que te cobria até aos joelhos.
Ali deitado sobre a cama fico, mirando-te enquanto tiras o casaco. Por baixo do casaco tinhas lingerie, apenas. Lingerie de renda preta com um cinto de ligas. O meu sexo entusiasma-se, não escondendo a vontade. Sem esperares debruçaste sobre a cama até ficares por cima de mim. Não esperas por nada, a tua sede estava no auge. Com os dentes tiras-me as cuecas e o meu sexo tenta agredir-te. Sorris e comentas - "O menino fez a barba hoje, que bonito!" - Estava completamente intumescido e tu de imediato o recebes na boca. Desta vez nem beijos, nem carícias, como se os teus lábios, a tua boca ansiavam por recebê-lo.
Afago-te a cabeça enquanto te delicias, puxo-te para mim e beijo-te. Tentas voltar, agora sou eu quem te deita sobre a cama. Beijo-te e vejo que estas molhada. Com uma mão tiro-te o soutien e com a outra acaricio-te o sexo. Afago-te e estimulo-te o clitóris. Tiro-te as cuecas enquanto te beijo as coxas. Beijo-te e lambo-te a vulva. Chupo-te, lambo-te, beijo-te e recebo-te quando-te te vens. A manhã continua e nós também.
por Nuno Lourenço

Não me lavem o rosto

Não me lavem os olhos!
Não; já disse não!
Deixai-me ver,
sentir, viver tudo em mim
mas não me lavem os olhos!

Deixai-me crer por mim
aceitar a realidade
mas não me barrem a caminhada
não me lavem os olhos!

Deixai-me sofrer realidade
ao sonhar fraternidade
mas... por favor...
não me lavem os olhos!

por Sukrato

Carta de um suicida

Tuesday, January 22, 2008

Não. Já me perguntei se seria possível. Não. Não. Não quero mais viver. Não faz sentido. Para quê? Existe um tanto que consigo aguentar. Não faz sentido. Não quero mais. O martírio é já uma constante. Já não sei o que é ser feliz. Não há instante algum que o sinta. Reformulo. Já não sei o que é estar contente. já o esqueci. Já não sei o que é sorrir. Perdi o caminho. Não me lembro. Por mais que procure, por mais que vasculhe, não tenho recordações de momentos alegres. Tudo parece pertencer a outra vida. É um suplício, um tormento, um castigo, cada dia que acordo. Abro os olhos porque não posso dormir para sempre. Quero descansar. Quero nunca mais acordar. Quero sossego. É involuntário é voluntário.
Afinal quem conheço eu?! Não faço ideia. Dou por mim a questionar-me se fosse/desaparecesse quem sentiria a minha falta?? Provavelmente ninguém daria por isso. Talvez alguém, de certeza o senhorio seria essa pessoa. Ando no meio de gentes e não reconheço ninguém, não me reconheço. Conto apenas mentiras de acontecimentos inexistentes só para poder dizer a mim mesmo "hoje conversei". Não quero saber mais. Não quero preocupar-me mais. Não faz sentido. Não vale a pena.
não há motivação. Não decifro a razão. Talvez seja por nunca ter sido realmente feliz, por nunca ter realmente sentido. Olho em redor vejo pessoas. Pessoas contentes, felizes. Como é possível, pergunto-me. Vejo casais abraçados, trocando juras de amor. Vejo o prazer nos olhos de amantes. Vejo o orgulho dos pais deslumbrados com suas crianças. Avós deliciados com seus netos. Pais entretidos com os primeiros passos, o primeiro abraço, dos seus filhos. Por um lado pergunto-me como será estar assim. Por outro não quero saber. Há apenas um tanto que aguento. Irrita-me ver esta gente contente.
Escrevo esta carta não sei porque razão. Talvez para que um dia seja lida. Não digo muito, provavelmente até nem esteja a dizer nada, mas já não consigo entender o que dizem as pessoas, não quero saber mais, CHEGA. Talvez a escrever para aperceber-me que realmente tenho de resolver.
Não quero mais acordar. Está resolvido...

por Nuno Lourenço

Poema

Wednesday, January 16, 2008

Em todas as ruas te encontro
em todas as ruas te perco
conheço tão bem o teu corpo
sonhei tanto a tua figura
que é de olhos fechados que eu ando
a limitar a tua altura
e bebo a água e sorvo o ar
tanto tão perto tão real
que o meu corpo se transfigura
e toca o seu próprio elemento
num corpo que já não é o seu
num rio que desapareceu
onde um braço teu me procura

por Mário Cesariny

Publicidade (TMN - 3 Reis Magos)

Sunday, January 13, 2008

Uma das melhores publicidades que tenho visto. Sem dúvida (isto na minha opinião) que é um excelente exemplo de criatividade. Muitos parabéns a quem é devido pela ideia.
LOL.

My Way

Saturday, January 12, 2008

And now, the end is near, and so I face, the final curtain. My friend, I'll say it clear, I'll state my case, of which I'm certain. I've lived, a life that's full, I've traveled each and every highway. And more, much more than this, I did it my way. Regrets, I've had a few, but then again, too few to mention. I did, what I had to do, and saw it through, without exemption. I planned, each charted course, each careful step, along the byway, and more, much more than this, I did it my way. Yes, there were times, I'm sure you knew, When I bit off, more than I could chew. But through it all, when there was doubt, I ate it up, and spit it out. I faced it all, and I stood tall, and did it my way. I've loved, I've laughed and cried, I've had my fill; my share of losing. And now, as tears subside, I find it all so amusing. To think, I did all that, and may I say --- not in a shy way, "Oh no, oh no not me, I did it my way". For what is a man, what has he got? If not himself, then he has naught. To say the things, he truly feels, And not the words, of one who kneels. The record shows, I took the blows --- And did it my way! I did it my way.

Esquecimento

Friday, January 11, 2008

esta é sobre ti tem amor e ódio é para ires ouvindo nestas horas d'ócio ínfima parte de um sonho perdido libertei-o, ja o tinha esquecido é um sinal... espero o momento na sombra da rua ouço uma voz que me lembra a tua passei pelo risco de sofrer por não ler os teus sinais é um sinal... para recomeçar... quero ver gente, quero ver a terra chegar a casa e ter alguém à espera quero um presente, quero ser bera quero ser submissa, quero ser a fera quero ver gente, quero ver a terra chegar a casa e ter alguém à espera quero um presente, quero ser bera quero ser submissa, quero ser a fera leva-me as areias quentes que me instigam os sentimentos que me deixam nua perante os elementos ensina-me a escavar objectos sem estragar para que sorrir seja sempre vulgar dá-me de beber, finas gotas desse mel para que o meu saber não esteja só no papel incita-me a lembrar o teu gosto pelo mar para que um dia fique pronta a zarpar esperar que amanha tudo seja diferente... e tu possas estar presente... quero ver gente, quero ver a terra chegar a casa e ter alguém à espera quero um presente, quero ser bera quero ser submissa, quero ser a fera quero ver gente, quero ver a terra chegar a casa e ter alguém à espera quero um presente, quero ser bera quero ser submissa, quero ser a fera incita-me a atirar os dados sem soprar quero-te dizer seja vulgar... quero ver gente, quero ver a terra chegar a casa e ter alguém à espera quero um presente, quero ser bera quero ser submissa, quero ser a fera incita-me a atirar para recomeçar... chegar a casa e ter alguém à espera quero um presente, quero ser bera quero ser submissa, quero ser a fera quero ver gente, quero ver a terra chegar a casa e ter alguém à espera quero um presente, quero ser bera quero ser submissa, quero ser a fera

Sonho (v2)

Monday, January 7, 2008

Sonhei um sonho sonhado,
Daqueles onde tudo acontece e nada é real.
Sonhei um sonho acordado,
Alimentando-me no deserto da suposição do leal.
Vaguei entre vivos e mortos, céu e inferno.
Sorvendo cada resposta como elixir,
Questionando-me com o silêncio sepulcral.
Perante tamanha falésia ideal,
Depositei o saber no ancião.
Levantei-me, caí, levantei-me, caí.
Vejo agora no gozo de satisfação
Onde o desprezo é rei e senhor,
Que sonho sonhado,
Ou sonho acordado,
A alma me elevou.
Acabo sentindo-me agradado,
Repleto, saciado,
Não por ter sonhado,
Mas por ter sentido.
Ajuda-se quem quer ser ajudado
Não se salva ninguém.
Sonho, ficção, fantasia, visão,
Sinónimos de uma aspiração.

por Nuno Lourenço

1457

Friday, January 4, 2008

Faz hoje 1457 dias que não te vejo, que não nos falamos. Nem acredito que tudo chegou a este termo. Pior pensando no número fico estupefacto, incrédulo com a sua dimensão. Não há dia em que em ti não pense. Como é possível permitir que tudo atinja esta dimensão. Como é possível que tenhas permitido que tudo assuma esta extensão.
Sim é verdade, errei muito no passado. Sim é verdade, cometi muitas injustiças no passado. Sim é verdade, fiz-te sofrer no passado. Mas sejamos sinceros, nem tudo é culpa minha, afinal tu também foste parte dos momentos, das situações. Não fui o único a errar, a cometer injustiças, a causar sofrimento. Tu, sim tu, também tiveste a tua dose. Não é disso que quero falar, águas passadas são águas passadas. Quero dizer-te que quero olhar nos olhos do futuro e ver-te. Não quero mais imaginar o que será, o que poderia ser, o que seria. Não quero mais "ses". Quero-te de volta na minha vida. Sabes bem que pouco sentido faz esta nossa separação. Sabes bem que nenhum sentido faz não nos vermos mais. Sabes bem que te amo incondicionalmente. Não quero discutir sobre o que foi "eu" ou "tu". Quero-te de volta, aliás exijo-te de volta. Tu és parte de mim, tal como eu sou parte de ti. O sofrimento causado pela nossa separação não inclui apenas nós dois, afecta todos os que connosco partilham as nossas vidas.
Não é nenhum esforço que te estou a pedir. Não o pode ser. Todas as noites dou por mim a olhar o vazio. À porta não apareces tu. Da janela não te vislumbro. Pelas ruas deambulo sem nunca te encontrar. Não conheço os teus amigos, não sei por onde andas, onde trabalhas. Apenas sei que não há maneira de poder viver assim sem ti.
Escrevo esta carta para apaziguar a dor que sinto. Não que ela diminua, não que ela desapareça, não que ela se esfume. A amargura está presente e estará sempre presente até te ter de volta. Não te peço muito, apenas te peço que me deixes voltar a fazer parte do teu mundo. Não espero que me recebas de braços abertos. Aliás minto, espero que tudo possa ser como antes. Amo-te tanto, tu foste, tu és e sempre serás o que melhor me aconteceu. Acredita em mim, acredita nestas palavras, não estou a mentir. Amo-te incondicionalmente. Tu és tudo para mim. Como desejo voltar a estar contigo.
Espero que esta carta vá parar às tuas mãos. Espero que reconsideres e que possamos nos encontrar.

Beijos deste teu pai que te adora.

por Nuno Lourenço